O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, indicou que o partido não “tem no horizonte” nenhuma coligação com outro partido na eleição presidencial e que a tendência da sigla é liberar os filiados nos estados para apoiarem seus candidatos, sendo Lula ou Bolsonaro.
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O partido caminha para liberar os filiados para que cada um possa ter nas eleições presidenciais o posicionamento de acordo com suas posições pessoais, e não partidárias.
A fala ocorreu em entrevista coletiva no evento de filiação do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, ao PSD. A cerimônia ocorreu em clima de convenção. Mais do que a entrada de Topázio no partido, o evento selou a aliança entre PSD e União Brasil em torno da pré-candidatura do ex-prefeito da Capital, Gean Loureiro, ao governo do Estado.
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O acordo foi anunciado no início de maio, após a desistência do ex-governador Raimundo Colombo. O PSD devera indicar a vaga de vice e de candidato ao Senado – que deve ser de Colombo. Nesta quarta, o debute de Gean frente aos pessedistas ganhou também a benção de Kassab e de lideranças como João Rodrigues.
Na prática, a indicação de Kassab pela liberação dos filiados autoriza o PSD de SC a um posicionamento mais à direita na eleição de outubro. Isso porque em estados como Minas Gerais, o partido estará com o PT.
O presidente da sigla em SC, deputado estadual Milton Hobus, afirma que já havia indicado a Kassab que o “time do PSD” no Estado não tem nenhuma simpatia ao PT.
— O partido certamente aqui em SC vai liberar, mas a maioria dos seus líderes vai ter um posicionamento contrário à eleição do ex-presidente Lula — afirmou.
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— Necessariamente a favor de Bolsonaro? A grande maioria — reconheceu.
Mesmo Kassab explicou como o PSD de SC pode funcionar na campanha presidencial.
— Se ela [direção estadual] liberar, por exemplo, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, tem posicionamento a favor do presidente Bolsonaro, ele irá trabalhar pelo presidente Bolsonaro. Se tiver algum filiado com simpatia ao presidente Lula, vai trabalhar pelo Lula, o partido liberou — exemplificou Kassab.

O sinal verde já ficou claro minutos depois, no palco do evento. João Rodrigues fez um forte discurso exaltando Gean e também Bolsonaro, e definindo SC como “um Estado de direita”.
Gean Loureiro discursou já em tom de pré-campanha, mas evitou divididas ideológicas. Antes do evento, explicou que a aliança com o PSD, que tem estrutura partidária maior, pode ajudar no desafio de se tornar mais conhecido no Estado. Sobre o posicionamento que a aliança pode ter que tomar na eleição presidencial, Gean reconheceu.
— Temos um espectro obviamente de centro-direita, somos partido de centro-direita, uma tendência à direita. O natural, até por questões éticas, é esperar as decisões partidárias. Santa Catarina é um estado bolsonarista, então, obviamente, [há] uma tendência para isso, só que ninguém é dono dos votos do Bolsonaro nem dos votos do Lula. O voto é do povo, e ele vai decidir, não mais sem observar primeiro quem é o candidato — avaliou.
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