Quem diz que o reduto do torcedor do JEC é a Arena, não conhece o casa número 1.567 do bairro Iririú, em Joinville. Por trás do muro alto e do portão de ferro se esconde um apaixonado pelo tricolor. Genivaldo Mello, 50 anos, mais conhecido como Karpanno, demostra a paixão em cada detalhe da mobília.

Continua depois da publicidade

O espaço onde recebe os amigos é cheio de referências ao time e vira ponto de encontro quando a partida é na casa do adversário.

– Isso aqui fica lotado – afirma.

Quando não é dia de jogo, o endereço recebe até os craques do time. O Karpanno pegou desde que ele batizou um barco com o nome. É assim que é conhecido entre os torcedores e no bairro onde cresceu e vive até hoje.

A rua Wittich Freitag (conhecida também como binário) ainda era um beco sem saída quando a família se instalou. A região foi crescendo junto com o joinvilense. O comércio se expandiu e Karpanno já não vê motivos para mudar de endereço.

Continua depois da publicidade

– Meus dois irmãos já não moram mais aqui, mas tenho certeza de que não iria me adaptar a outro lugar – confessa.

O jequeano é casado há 30 anos com Clea Mello, com quem tem três filhos. Fábio e Gabriel vivem com os pais. Já Scheyla é casada e deu o primeiro e único neto de Karpanno, o Guilherme, de quatro anos.

Poucos sabem, mas até chegar a ser proprietário de uma empresa de aramados em Pirabeiraba, o joinvilense precisou batalhar. Começou a trabalhar aos 13 anos e foi o primeiro da família a entrar na faculdade. Cursou economia e só parou de estudar aos 32 anos, após algumas especializações.

Também trabalhou no setor financeiro da extinta Lumière e foi craque da bola. Jogava em torneiros em busca dos prêmios para garantir os estudos. Mas precisou frear a rotina há 25 anos quando descobriu que tinha diabetes.

Continua depois da publicidade

Hoje, o empresário pode deixar o trabalho no meio do expediente para fazer o que mais gosta: ficar em casa, na companhia da esposa, desfrutando do espaço que construiu para o lazer em sua casa, com direito a bar e piscina.

Mas quando assunto é o time do coração, qualquer outro lazer é dispensado. Karpanno, que já foi envolvido com a diretoria do JEC, criou em 2009 o Torcedor Solidário, grupo formado por 14 pessoas que unem a paixão pelo time para fazer o bem. A iniciativa realiza jogos e eventos para arrecadação de alimentos que ajudam muitas famílias carentes de Joinville. Só neste fim de ano foram distribuídos oito toneladas.

Karpanno viu o JEC nascer, já acompanhou os altos e baixos do time, mas afirma não ser obcecado a ponto de sofrer em exagero com as derrotas. Suas páginas no Twitter e o no Facebook são prova de que o JEC ocupa um lugar especial em sua vida. Nas redes sociais, ele faz contatos com os torcedores e declara a devoção pelo time.