Um tribunal de Istambul abandonou nesta sexta-feira o julgamento contra quatro ex-oficiais israelenses julgados à revelia pela morte de 10 turcos no ataque a uma flotilha humanitária que se dirigia à Faixa de Gaza em 2010, indicou um advogado.
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A corte também anulou as ordens de detenção emitidas contra os quatro oficiais, assegurou Gülden Sönmez, o advogado das vítimas, no Twitter.
A promotoria havia solicitado na semana passada a retirada da denúncia contra os militares, em virtude de um acordo de normalização das relações assinado pela Turquia e Israel em junho, após meses de negociações secretas.
Sob esse acordo, Israel pagou 20 milhões de dólares à Turquia para as famílias das vítimas. Em troca, os dois países concordaram que nenhum cidadão ou representante do governo de Israel seria julgado neste caso.
Um comando israelense atacou em maio de 2010 o Mavi Marmara, um navio que fazia parte de uma frota de seis navios que tentavam romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. Dez turcos foram mortos no ataque.
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Após o incidente, a Turquia decidiu indiciar o ex-chefe do Estado-Maior israelense, Gabi Ashkenazi, os ex-responsáveis da Marinha e da Força Aérea, Eliezer Marom e Avishai Levi, e o ex-chefe da inteligência militar, Amos Yadlin, por envolvimento no caso.
Vários parentes das vítimas protestaram nesta sexta-feira em frente ao tribunal, prevendo que a justiça iria abandonar o julgamento.
“Maldito seja Israel!”, “Estamos orgulhosos do Mavi Marmara!”, gritaram os familiares.
A reconciliação turco-israelense ficou evidente no mês passado com a nomeação recíproca de embaixadores. Eitan Naeh, primeiro embaixador de Israel na Turquia desde 2010, assumiu o cargo segunda-feira em Ancara.
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* AFP