Os três homens acusados de espancar um rapaz até a morte em um posto de combustíveis em Palhoça, na Grande Florianópolis, tiveram o habeas corpus aceito e vão responder ao processo em liberdade. A decisão foi da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina nesta quinta-feira à tarde e, por volta das 18h, os três foram liberados da Penitenciária de Florianópolis — onde estavam desde a prisão em flagrante no dia 17 de setembro.

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Jaison Pereira, Adriano Joel Albino e Nelson Bonifácio Albino Neto são acusados por homicídio duplamente qualificado. Eles agrediram Deivid Duarte da Silva, 20 anos, em um posto de combustíveis no bairro Aririú. Deivid não resistiu e morreu no local.

A decisão da Justiça converteu a prisão preventiva em outras medidas cautelares, como a proibição de que os três saíam da comarca sem justificativa. Conforme o advogado dos acusados, Osvaldo Duncke, a alegação para o habeas corpus foi de que os três têm residência fixa e emprego formal, além de não possuírem passagens policiais.

A primeira audiência na Justiça em relação à acusação de homicídio duplamente qualificado está marcada para o dia 17 de dezembro. Duncke explica que a defesa tentará reduzir a pena que pode ser imposta aos três homens:

— A defesa entende que não foi homicídio, e sim lesão corporal seguida de morte. Eles não foram com a intenção de matar — explicou o advogado.

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Relembre o caso

Espancamento ocorreu ao lado da bomba de combustível, dentro do posto
Espancamento ocorreu ao lado da bomba de combustível, dentro do posto (Foto: Léo Munhoz)

Deivid Duarte da Silva, 20 anos, foi espancado até a morte em um posto de gasolina no bairro Aririú, em Palhoça, no começo da tarde do dia 17 de setembro. As agressões duraram mais de meia hora. De acordo com o Instituto Geral de Perícias (IGP), Deivid morreu por traumatismo craniano.

Inicialmente, testemunhas afirmaram que cerca de 10 pessoas haviam participado das agressões. Alguns presentes teriam tentado impedir o espancamento, mas foram ameaçados pelos autores. Outros, por outro lado, teriam incentivado o espancamento.

​A Polícia Militar chegou ao local 33 minutos depois de ser acionada. A corporação explicou que a primeira ligação recebida tratava o caso como uma briga. Por isso, a ocorrência não foi considerada de extrema prioridade e entrou para a lista de espera.

Os três suspeitos alegaram à polícia que revidaram por terem considerado que a vítima do espancamento teria participado de um assalto que ocorreu na noite de segunda-feira, 16 de setembro, véspera do crime no posto de gasolina. Deivid não tinha passagens policiais e, segundo pessoas próximas, não teve participação no assalto que teria motivado as agressões.

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