A justiça russa decidiu libertar nesta quarta-feira, sob fiança, três outros militantes do Greenpeace detidos durante uma ação da organização de defesa do meio ambiente no Ártico, elevando a quinze o número de ativistas libertados.

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O capitão do navio Artic Sunrise, Peter Willcox, a holandesa Faiza Oulahsen e a britânica Alexandra Harris serão libertados após o pagamento da fiança, fixada em dois milhões de rublos (45 mil euros, quase R$ 140), indicou a ONG em sua conta no Twitter.

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GRÁFICO: quem são os Arctic30

Durante a audiência, Faiza Oulahsen, que escreveu na palma de sua mão “Salvemos o Ártico”, agradeceu em um vídeo a todos que a apoiaram, assim como os outros 29 membros da tripulação do Arctic Sunrise.

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– A todos aqueles que clamaram por nossa libertação, muito obrigada, vocês nos deram esperança, nos deram força – declarou.

Perguntada por um amigo sobre o que ela faria quando encontrasse a liberdade, a jovem respondeu: – Vou comer uma boa refeição e telefonar para a minha família, porque eu não falo com eles há mais de dois meses.

– Vou aproveitar o fato de que eu posso andar mais do que três metros, não como na cela, e de um pouco de ar fresco – indicou, de acordo com um comunicado do Greenpeace.

Desde o início das audiências, na segunda-feira, em São Petersburgo, para onde os 30 ativistas do navio foram recentemente transferidos depois de permanecerem inicialmente detidos em Murmansk, porto russo no Mar de Barents, a Justiça decidiu libertar um total de 15 ativistas, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel.

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Em contrapartida, o australiano Colin Russel teve a sua detenção prorrogada até 24 de fevereiro, no primeiro dia de audiências.

Segundo o Greenpeace, o embaixador australiano na Rússia anunciou que visitaria o ministério russo das Relações Exteriores em Moscou para compreender o por quê de seu cidadão ter sua detenção prorrogada.

Várias audiências devem acontecer ainda nesta quarta-feira para a análise da detenção provisória dos 30 tripulantes que expira em 24 de novembro.

A ONG afirma que já arrecadou e depositou o valor necessário para a libertação de nove ativistas, mas não espera que eles sejam libertados antes do final de semana. Segundo o Greenpeace, o pagamento da fiança de cada ativista está sendo providenciado o mais rápido possível. O Greenpeace declarou, contudo, que o caso ainda não está resolvido.

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– Não temos ideia das condições nas quais vão viver nossos amigos quando forem libertados, se eles permanecerão em prisão domiciliar ou se terão o direito de sair – indicou Kumi Naidoo, diretor executivo da organização. – Não podemos esquecer que as acusações não foram retiradas e que eles ainda correm o risco de serem condenados à prisão – acrescentou.

Até o momento, nenhum ativista saiu da prisão.

Os 30 membros da tripulação do Arctic Sunrise foram detidos no dia 19 de setembro pelas autoridades russas quando tentavam escalar uma plataforma de petróleo no mar de Barents para denunciar os riscos ambientais. Eles devem responder às acusações de pirataria e de vandalismo, pelas quais podem ser condenados, respectivamente, a 15 e sete anos de prisão.

O Tribunal Internacional do Direito Marítimo, com sede em Hamburgo, na Alemanha, vai proferir a sua decisão sobre o caso em 22 de novembro. Essa jurisdição da ONU, competente para resolver disputas marítimas, foi acionada pela Holanda.