A Justiça rejeitou pedido feito por um dos investigados de decretar sigilo no inquérito policial que apura o desvio de peças de veículos do complexo administrativo da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em São José, na Grande Florianópolis.

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Para o juiz Marcelo Pons Meirelles, responsável pela decisão, a gravidade dos fatos que estão sendo apurados faz com que a própria sociedade exija transparência da autoridade policial.

O pedido havia sido feito no mês passado ao juiz da 2ª Vara Criminal de São José, pelo tenente-coronel José Theodósio de Souza Júnior. O policial militar é ex-presidente da Comissão de Veículos do Detran e um dos investigados.

O tenente-coronel afirmou à Justiça que a divulgação das investigações pela polícia vinha lhe causando prejuízos irreversíveis e também violando o princípio da presunção de inocência. Consultado a respeito, o Ministério Público opinou pelo deferimento do sigilo.

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Em despacho no dia 30 de abril, o juiz Meirelles ressaltou não ter visto violação dos direitos do investigado e que a polícia estava noticiando apenas os fatos objetos de investigação. Por essa e outras razões, Meirelles negou o decreto de sigilo.

Theodósio não foi encontrado pelo DC nesta terça-feira para comentar a decisão do juiz. Apesar do entendimento do magistrado, os delegados da Diretoria Estadual de Investigações (Deic) decidiram nas últimas semanas resguardar o conteúdo das investigações.

Isso porque a apuração está na fase final e pelo menos seis pessoas, a maioria servidores públicos, figurariam na relação de indiciadas. Elas não tiveram os nomes divulgados.

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Nesta terça-feira, mais uma vez os delegados Alexandre Carvalho e Rodrigo Green adiaram o envio do inquérito à Justiça. Novas diligências estão sendo feitas e o relatório final não foi concluído porque os policiais também cuidam de outras investigações.

Sucatas deveriam ser trituradas

A investigação foi aberta no final do ano passado depois que a Deic monitorou uma carreta que saiu do pátio da SSP, em São José, e foi parar em um ferro-velho em Joinville.

No caminhão havia motores e peças que deveriam ser triturados e não comercializados. No mês passado, a G-Truck, empresa de Joinville responsável pelo transporte, devolveu a carga ao pátio da SSP.

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Também em abril, o secretário da SSP, César Grubba, afastou cinco integrantes da Comissão de Leilões do Detran por causa das denúncias do desvio.