A Justiça rejeitou ação do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, contra o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Preso desde fevereiro pela Operação Lava-Jato, em queixa-crime Duque atribuiu a seu ex-colega de cúpula da Petrobras crime contra a honra por calúnia – ao fazer delação premiada, Paulo Roberto Costa apontou o ex-diretor de Serviços como supostamente envolvido no esquema de corrupção que se instalou na estatal entre 2003 e 2014.
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Em primeiro grau, a ação já havia sido repelida pelo Juizado Especial Criminal da Barra da Tijuca, no Rio. A defesa de Duque entrou com recurso perante a Turma do Juizado Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio que, em votação unânime, manteve a decisão, impondo novo revés ao ex-chefe da Serviços, a quem a Lava-Jato imputa crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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– Duque não apresentou provas em relação à falsidade da imputação – sustenta o advogado João Mestieri, que defende Paulo Roberto Costa.
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É a segunda vitória de Mestieri no papel de defensor do ex-diretor de Abastecimento. Anteriormente, a Justiça já havia rejeitado ação do PT contra Costa. O ex-diretor de Abastecimento foi preso em março de 2014, quando a Polícia Federal deflagrou a fase ostensiva da Lava Jato. Depois que fez delação premiada, Costa ganhou o benefício da prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica. Concordou em repatriar cerca de US$ 30 milhões que mantinha depositados na Suíça e nas Ilhas Cayman, dinheiro de propinas, segundo ele próprio admitiu.
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No caso em que Renato Duque foi autor da queixa-crime, os advogados João Mestieri e Fernanda Pereira argumentaram que “a queixa foi uma tentativa desesperada de dar uma resposta a um fato do qual desejava se esquivar”.
– Eu acho que não foi oportuna a iniciativa (da defesa de Duque). Já havia muitas frentes contra determinadas diretorias da Petrobras, fatos vindo à tona por outras fontes, várias delações. Por isso, me surpreendi com a iniciativa, tanto do PT quanto a dele (Duque) de ingressarem com ações contra Paulo Roberto Costa – declarou Mestieri.
A defesa
– A defesa de Renato Duque insiste que ele foi vítima de crime contra a honra, mas, por entendimento formal, sem entrar no mérito, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reputou ser inviável dar seguimento à queixa formulada de modo apto. A defesa de Renato de Duque está estudando se recorre da decisão.
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*Estadão Conteúdo