Após reconhecimento de indícios de falsidade em documento utilizado por Marçal contra Guilherme Boulos (PSOL), a Justiça Federal ordenou que o ex-coach remova o conteúdo nas plataformas Instagram, TikTok e Youtube. As informações são do g1.

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O suposto laudo, utilizado para acusar Boulos de uso de drogas, foi exposto em vídeos pelo candidato Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais na noite desta sexta-feira (4).

Assinatura em laudo de cocaína de Boulos não seria de médico, diz ex-funcionária

Já na madrugada de sábado (5), os advogados de Boulos já entraram com uma representação solicitando que o conteúdo seja removido do ar.

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Os vídeos impugnados acompanham a petição inicial e constam dos IDs […]. Há plausibilidade nas alegações, envolvendo não apenas a falsidade da documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera da pleito, de modo que impositiva a suspensão liminar dos vídeos impugnados“, diz o juiz eleitoral Rodrigo Marzola Colombini.

O magistrado continua: “No entanto, incabível a almejada suspensão liminar de todas as redes sociais do requerido Pablo Marçal e dos perfis @R.NOGUEEIRA e @IDENTIDADEDESUCESSO, em fase processual ainda inicial e em sede de representação por propaganda irregular, inclusive diante do disposto no artigo 9º-C, § 2º da Resolução TSE nº 23.610. Diante destas considerações e ponderações, defiro em parte a liminar e determino a pronta exclusão dos vídeos constantes“.

O juiz, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou, ainda, o sigilo da notícia-crime apresentada por Guilherme Boulos (PSOL) com pedido de prisão contra Pablo Marçal (PRTB). Colombini encaminhou o caso para o núcleo do Juízes de Garantia da cidade de São Paulo, onde o Ministério Publico deverá se manifestar com abertura de um inquérito sobre o caso. Não há prazo para essa tramitação.

Relembre o acontecido

Logo após a divulgação do documento por Marçal, Guilherme Boulos (PSOL) disse em uma live do Instagram que iria pedir a prisão do rival, além da cassação da candidatura de Marçal à prefeitura.

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— Primeiro, o dono da clínica do documento que ele publica tem um vídeo com o Pablo Marçal. É apoiador dele. O parceiro dele [de Marçal] falsificou o documento, usando o CRM de um médico que faleceu há dois anos, para que ninguém possa ser responsabilizado como médico. Ele usa o CRM de um médico que está inativo desde 2022. Olha o nível que o cidadão chegou, falsificação de documento. O cidadão não tem limite. A um dia da eleição, ele inventa essa fake news. Agora, chegou num limite para ele. Estamos entrando com um pedido de prisão contra ele, na Justiça Criminal. Dele e do dono da clínica — afirmou Boulos em live.

O suposto laudo foi assinado pelo médico Jose Roberto de Souza. No entanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) comunicou que o médico morreu em 2022, vítima de um câncer.

O dono da clínica Mais Consulta, Luiz Teixeira da Silva Junior, que emitiu o documento, já havia sido condenado pela falsificação do diploma de curso de medicina e ata de colação de grau. Boulos também pede a prisão do proprietário.

Além disso, o documento também possui dados incorretos de Boulos, como o RG, que contém um número a mais. O nome da clínica está com a grafia incorreta, e há erros de gramática: “por minha atendido”.

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Ainda na madrugada de sábado, a publicação foi apagada das redes sociais de Marçal, e ele não se pronunciou sobre o caso depois de Boulos afirmar que iria levá-lo à Justiça.

A campanha de Boulos emitiu uma nota, afirmando que o suposto laudo publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso.

Leia a nota na íntegra

“O documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir.

Marçal mostra mais uma vez ser um criminoso recorrente, que usa de mentiras absurdas para atacar a honra e a reputação e tentar promover uma manipulação sem precedentes no processo eleitoral.

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Não podemos normalizar esse tipo de método que já colocou em xeque a nossa democracia no passado recente e que, agora, ameaça a normalidade destas eleições. Marçal pagará pelos seus crimes.”

Clínica envolvida

O dono da clínica Mais Consultas, Luiz Teixeira da Silva Júnior, é próximo de Marçal. O biomédico exibia no perfil das redes sociais ao menos três registros em fotos e vídeo com o candidato, que foram deletados da conta logo depois que a “denúncia” de Marçal veio à tona.

Essas fotos de Marçal com Teixeira foram divulgadas pelo próprio Boulos, na mensagem onde ele desmente as acusações do rival.

“Paciente querido, sempre que o atendo aprendo algo”, havia escrito o biomédico em uma das fotos que aparecia ao lado de Marçal. Ele também se referia ao ex-coach como “mestre”.

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Após a divulgação feita pelo candidato, Teixeira trancou as redes sociais.

Perfis de Marçal já foram suspensos pela Justiça

A suspensão temporária dos perfis nas redes sociais de Pablo Marçal já havia sido determinada pela Justiça Eleitoral em agosto deste ano, que estavam sendo utilizados para monetização.

Após essa suspensão, o candidato criou contas reservas no Instagram, TikTok, Youtube, Whatsapp, Telegram e Gettr. Na noite de sexta-feira (4), a publicação do documento já havia sido excluída das plataformas. No Youtube, no entanto, a live ainda estava disponível na manhã deste sábado.

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