A Justiça do Distrito Federal determinou a quebra dos sigilos bancários e fiscal do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, da Delta Construções e de outras sete pessoas denunciadas à Justiça nesta semana em decorrência da Operação Saint-Michel.
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A informação foi publicada na edição de sábado do jornal Correio Braziliense.
Também teria sido determinado pela Justiça, segundo o jornal, o bloqueio de bens de Cachoeira e de outros suspeitos.
A decisão revoltou o advogado Márcio Thomaz Bastos. O ex-ministro da Justiça, que está à frente da defesa de Cachoeira, considerou absurda a medida judicial.
– É um caso que ela (a juíza) está apurando de crime de tráfico de influência, é um processo de afogadilho – desabafou Bastos.
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Na quarta-feira, os supeitos já haviam sido denunciados pelo Ministério Público do DF por formação de quadrilha e tráfico de influência por tentarem obter um contrato de bilhetagem eletrônica do transporte coletivo no governo local.
A Operação Saint-Michel, deflagrada em 25 de abril, é um desdobramento da Operação Monte Carlo, na qual Cachoeira foi preso e acusado de exploração de jogo ilegal.
A partir das revelações da Monte Carlo, a promotoria do DF e a Polícia Civil iniciaram as investigações,
Foi na Saint-Michel que o ex-diretor da Delta para o Centro-Oeste Cláudio Abreu foi preso. Ele estava afastado do cargo após revelação de ligação com o bicheiro
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Defesa tenta adiar depoimento de bicheiro
A quebra de sigilo determinada pela Justiça atingiria dados das contas correntes e declarações de Imposto de Renda dos investigados a partir de janeiro de 2009 até os dias atuais. No caso da Delta, a determinação de quebra de sigilo envolveria contas da empresa em todo o país.
Marcado para o próximo dia 15, o depoimento de Cachoeira à CPI pode ser adiado. A defesa do bicheiro protocolou na sexta-feira no STF um habeas corpus sustentando que antes de falar Cachoeira precisa ter acesso aos documentos que estão em poder da comissão.