O juiz Elleston Lissandro Canali, da Vara Criminal da Região Metropolitana, prorrogou a prisão temporária de 15 homens e uma mulher apontados como lideranças do tráfico de drogas no Morro do Mocotó, na região central de Florianópolis. O despacho foi feito na segunda-feira (11) e os suspeitos ficaram presos por pelo menos mais 30 dias. O magistrado atendeu pedido da Delegacia de Combate às Drogas da Capital, que em 12 de fevereiro deste ano deflagrou uma operação em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 47 imóveis do Mocotó.
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Na ocasião, a Decod pediu também a prisão preventiva (sem prazo) e temporária (prazo de 30 dias) de 56 pessoas apontadas como lideranças do tráfico no Morro do Mocotó e supostos chefes de uma facção criminosa catarinense. Do total de pedidos de prisão, apenas 16 foram autorizados pela Justiça – e todos de prisões temporárias. Os 40 restantes foram negados tanto pelo Ministério Público de Santa Catarina como pela Justiça, sob o argumento de “não se estar diante de situação concreta que justifique a decretação da medida”.
De acordo com o inquérito da Decod, a investigação dos supostos líderes da facção que nasceu e age em Santa Catarina é muito “complexa”, por envolver “diversos supostos integrantes de organização criminosa, investigados pela prática, em tese, dos mais variados crimes (tráfico de drogas, organização criminosa, porte ilegal de armas)”.
“Ademais, na deflagração da operação policial, foram apreendidos diversos objetos, dentre os quais diversos aparelhos que contêm dados de interesse à investigação e estão em análise. Frise-se que além de haver perícias a serem realizadas nos celulares apreendidos e mídias a serem analisadas, a Autoridade Policial afirma ser indispensável a realização de novas diligências para desmantelar essa suposta”, diz trecho do despacho do juiz Canali.
Perícia ainda não conseguiu acessar celulares dos suspeitos
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Quando a Polícia Civil, junto com a Polícia Militar, desencadeou a operação no Morro do Mocotó, na madrugada de 12 de fevereiro, foi apreendida uma quantidade não revelada de drogas e também alguns aparelhos de telefone celular.
Os celulares foram então encaminhados ao Instituto Geral de Perícias (IGP) para que os peritos tentem extrair dados que porventura venham a comprovar a participação dos investigados numa organização criminosa que comanda o tráfico de drogas na região. O problema, porém, é que os telefones ainda não foram acessados pela equipe técnica do IGP.
“Ocorre que estamos enfrentando sérias dificuldades para acessar o conteúdo dos aparelhos de telefonia celular apreendidos por conta da recusa dos investigados em fornecer o acesso aos mesmos, demandando tal diligência”, justifica a Decod no pedido.