A Justiça concedeu uma liminar que determina o afastamento imediato do controlador da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, Eduardo Ribeiro. A decisão, assinada pela juíza Adriana Lisbôa, também proíbe que Ribeiro assuma cargos públicos até que se chegue a um resultado uma ação civil pública movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPSC). O processo, que o enquadra em atos de improbidade administrativa, inclui também o prefeito Edson Piriquito (PMDB).

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De acordo com a ação, embora atuasse como assessor jurídico da Câmara, liberado pela prefeitura – onde era funcionário efetivo – Ribeiro continuava trabalhando como advogado particular, comparecendo em audiências e fazendo petições eletrônicas em horário de expediente.

O MP alega ainda que, mesmo após ter pedido exoneração do cargo, Ribeiro não voltou a exercer a função para a qual era concursado na prefeitura de Balneário Camboriú, de assistente administrativo. Nessa época, o advogado trabalhou temporariamente como assessor na campanha do prefeito Edson Piriquito.

Em janeiro, já afastado da prefeitura, Ribeiro assumiu novamente um cargo na Câmara, desta vez como controlador.

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Na liminar concedida pela Justiça, a juíza Adriana Lisbôa justifica o pedido de exoneração do controlador dizendo que o cargo permitiria a ele influência sobre os demais funcionários da casa.

O atual presidente da Câmara, vereador Nilson Probst (PMDB), diz que ainda não foi notificado sobre a decisão judicial e vai aguardar ser intimado para decidir quais providências serão tomadas.

O que diz Eduardo Ribeiro

O controlador da Câmara de Vereadores diz que foi surpreendido com a liminar. Ele afirma que o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) permite que servidores públicos atuem como advogados particulares – com exceção de ações que, no caso dele, incluíssem a Câmara ou a prefeitura.

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– Não há incompatibilidade. Para que fosse irregular, teria que ficar comprovado que houve prejuízo para a Câmara. Mas sempre passei das seis horas de trabalho diário, e minha folha de ponto está no processo – diz.

Em relação ao trabalho na campanha de Piriquito, Ribeiro afirma que não atuou em horário de expediente, que não há provas de que isso tenha ocorrido e que não houve danos ao erário. Segundo ele, há um processo a respeito correndo na Justiça Eleitoral, aguardando uma manifestação do TRE.

Ribeiro ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão, mas diz que vai recorrer ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC).

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O que diz Edson Piriquito

O prefeito de Balneário Camboriú informou, através de sua assessoria jurídica, que aguarda ser notificado pela Justiça. Ele entende que as nomeações de Ribeiro atenderam à legislação municipal, foram baseadas em outras situações similares, que já ocorreram na administração da cidade em anos anteriores e, portanto, não haveria irregularidades.