A Justiça de Blumenau marcou nesta segunda-feira (11) o júri popular do ex-deputado federal João Alberto Pizzolatti por conta de um acidente em que ele se envolveu em dezembro de 2017. O jovem que estava no outro veículo atingido teve ferimentos graves, incluindo queimaduras de 1º e 3º grau. Segundo consta no processo, logo depois do acidente, Pizzolatti afirmou ter ingerido bebida alcoólica antes de pegar o carro.
Continua depois da publicidade
Inscreva-se e receba notícias pelo WhatsApp do Vale do Itajaí
A decisão da juíza Liliane Michels ocorre mais de seis anos após o episódio na Rodovia Werner Duwe, entre Blumenau e Pomerode. Naquele dia, Pizzolatti dirigia uma caminhonete Volvo, que bateu de frente com um Fiat Mobi conduzido pelo rapaz de 23 anos. A caminhonete também atingiu um Hyundai/IX35.
O jovem ficou vários meses internado em Joinville. Já Pizzolatti apareceu em vídeo gravado por populares na cena do acidente confirmando que estava embriagado. No entanto, a defesa alegou que ele estava sob efeito de medicação. No processo, ele nega que tenha bebido.
A 1ª Vara Criminal de Blumenau já havia decidido pelo júri popular por tentativa de homicídio doloso. Porém, o andamento do processo parou devido aos recursos no Superior Tribunal de Justiça.
Continua depois da publicidade
Passado parte dos trâmites em última instância, o caso voltou a Blumenau. Agora, a Justiça confirmou que o júri será feito por tentativa de homicídio doloso qualificado por perigo comum. Além disso, ele deve responder pelo crime de trânsito de “conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa”.
Se tudo ocorrer conforme o previsto, o julgamento será feito no dia 28 de agosto.
Contraponto
O advogado de Pizzolatti, Michel Saliba, explica que ainda há recursos tramitando no Supremo Tribunal Federal, incluindo o pedido de suspender o andamento do processo. Caso algum seja aceito, pode haver uma reviravolta e a história novamente “travar”. No entanto, o defensor entende que a juíza deve ter levado em consideração que a decisão em última instância não mudará, o que permitirá o julgamento no segundo semestre.
— A defesa discorda veementemente da necessidade do ex-deputado ser submetido a júri. Enquanto couber recurso, vamos recorrer — ressaltou Saliba.
Para o advogado, o cliente cometeu crime de trânsito de lesão corporal culposa e, por isso, não há necessidade de júri popular.
Continua depois da publicidade
Prisão
Pizzolatti chegou a ser preso em 2019 depois de ser flagrado dirigindo mesmo com o direito para tal suspenso. Cinco meses depois a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus e ele passou a aguardar o andamento do processo em liberdade, mas tendo de cumprir medidas cautelares.