A Justiça manteve a prisão de Roberta Porfírio e Marcelo Valverde Valezi, dupla encontrada com o menino de dois anos de Santa Catarina que estava desaparecido. A audiência de custódia ocorreu nesta terça-feira (9), na cidade de São Paulo, conforme informações do g1.

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Roberta e Marcelo estavam com o bebê dentro de um carro, na Zona Leste da capital, na segunda (8), quando foram abordados pela Polícia Militar e foram detidos em flagrante por suspeita de tráfico de pessoas.

O retorno do menino para São José, na Grande Florianópolis, segue indefinido, já que depende de decisão do Poder Judiciário de São Paulo, onde a criança está acolhida em um abrigo.

A investigação da Polícia Civil catarinense aponta que o homem teria aliciado a mãe do menino, de 22 anos, para uma adoção ilegal. Marcelo Valverde é apontado como intermediador da entrega da criança a Roberta Porfírio, que ficaria com o bebê.

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Conforme a delegada Sandra Mara, da Polícia Civil de Santa Catarina, ainda não é possível afirmar o contexto em que a mãe, uma jovem de 22 anos, teria entregue a criança à dupla.

— A mãe tem uma fragilidade emocional, psicológica muito grande. Ela foi convencida por conta da fragilidade dela. Ela nega ter recebido vantagem, mas nós só teremos essa certeza com a quebra de sigilo bancário de todos os envolvidos — afirmou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9).

Entenda o caso

A investigação sobre desaparecimento do menino de dois anos em Santa Catarina teve início na última sexta-feira (5), após o registro de boletim de ocorrência feito pela família da criança.

O bebê teria sido visto pela última vez com a mãe, no dia 30 de abril em São José. Ela, porém, deu entrada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital da Grande Florianópolis, e segue internada.

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O menino foi encontrado com um casal em um carro com placa adulterada, que teria saído da Capital catarinense em direção a São Paulo. Na abordagem, os dois apresentaram a Certidão de Nascimento da criança e afirmaram estar indo ao fórum regularizar a adoção. Eles foram presos em flagrante e aguardam audiência de custódia nesta terça-feira (9).

O menino foi deixado com o Conselho Tutelar, em São Paulo, e deve ficar com a avó materna no retorno ao Estado. O governo de Santa Catarina espera liberação da justiça para trazer o menino de volta ao Estado.

O que diz a defesa dos suspeitos

Conforme a defesa de Roberta Porfírio, não houve tráfico de pessoas pois não houve exploração do trabalho. A advogada afirma que o bebê não estava desaparecido, mas que a mãe da criança teria entregado o menino para Roberta cuidar dele temporariamente pois estaria em situação de vulnerabilidade. Ela desconhece que o carro usado na viagem estava com placas adulteradas e afirma que a ida ao Fórum foi uma decisão para entregar a criança.

Já a defesa de Marcelo Valverde Valezi afirma que a prisão aconteceu enquanto ele acompanhava Roberta para devolver a criança à Justiça. Ainda confirmou que quem estava interessado em adotar o bebê era a mulher e outro homem, e ainda afirmou que eles se conheceram em um grupo de mulheres mães e aspirantes a adotantes. Além disso, a advogada afirmou que pelo cliente a situação estava regular por conta do acordo feito em conversas de aplicativos e não imaginava a repercussão que o caso teve.

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