Acusado de homicídio quando uma paciente morreu na mesa de cirurgia e respondendo a 31 processos, o médico Everson de Araújo foi preso nesta sexta-feira por ordem da Justiça. Ele está na Central de Triagem que funciona junto a Delegacia de Capoeiras, em Florianópolis.

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O médico ganhou notoriedade em 5 de agosto de 2008, data em que realizou uma lipoaspiração na dona Zulmara Barbosa Correa, 44 anos. Houve complicações e ela morreu.

Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu que Everson era clínico geral, não era filiado a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica nem tinha especialização na área. Na sequência, uma série de mulheres foram a Delegacia do Kobrassol, em São José, contar que ficaram mutiladas depois de serem operadas pelo médico.

Everson foi preso na época, mas foi solto e respondia em liberdade a processos por homicídio, lesão corporal, estelionato, danos morais e pedidos de indenização. Ele foi detido em casa, na Praia Comprida, em São José. A Polícia Civil vai investigar denúncia de que Everson estaria trabalhando no interior do Paraná.

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Durante a apuração da morte de Zulmara, houve uma perícia na clínica de Everson. Os técnicos verificaram uma série de irregularidades como falta de ambulância para emergências, bolsas de sangue acondicionadas fora da geladeira, ausência de sala de recuperação pós-anestesia e até falta de escovas para lavar as mãos e os braços antes das operações. O local não era inspecionado porque não tinha alvará.

O advogado do médico, Dilto Alfredo Borges, foi procurado, mas ninguém atendeu as ligações feitas para seu escritório. Quando a Polícia Civil estava investigando a morte da dona de casa, Everson falou que a morte foi uma fatalidade porque todos os exames pré-operatório deram normais. Falou ainda que fazia plásticas desde 2003 e se sentia apto para todos os procedimentos necessários.