Atendendo à uma ação popular no Ministério Público Federal, a Justiça Federal vai rever o processo de demarcação da terra indígena guarani no Morro dos Cavalos, em Palhoça. O juiz Marcelo Krás Borges, da Vara Ambiental de Florianópolis, fez ontem uma inspeção na aldeia Itaty e ordenou uma nova perícia antropológica, arqueológica e topográfica sobre a área de 1988 hectares, entre as comunidades da Enseada de Brito, Praia de Araçatuba e Maciambú Pequeno.
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O juiz disse em entrevista ao Hora que está tomando conhecimento do assunto agora e entende que a causa é complexa demais para julgar a ação que prevê, entre outras coisas, a anulação da portaria demarcatória 771/2008, do Ministério da Justiça.
– As partes vão apresentar seus argumentos, vou ouvir os peritos para decidir após a audiência se procede a demarcação, se há a possibilidade de diminuição da terra, para não prejudicar os moradores ou até se a Funai vai ter que comprar terras para aqueles índios ali – adiantou Marcelo.
A audiência foi marcada para o dia 25 de julho, às 14h30min.
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Entenda o caso
– O processo demarcatório começou em 1993, pela Funai.
– Em dezembro de 2002, o estudo antropológico, arqueológico e topográfico sobre a região do Morro dos Cavalos foi concluído, definindo a área de 1988 hectares como território indígena. Dentro da área viviam 69 famílias, com títulos de posse de até 200 anos.
– O relatório foi contestado através de ações populares, Fatma e Procuradoria Geral do Estado, ao longo de 2002 e 2008.
– Em 18 de abril de 2008, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, determinou que a área era Terra Indígena.
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– A demarcação física foi feita em 2010, juntamente com o levantamento para indenização.
– A comissão de pagamento das benfeitorias _ construções erguidas sobre a terra _ era para ter iniciado no dia 1º de abril. Mas os representantes da Funai não vieram de Brasília.
– A Justiça Federal atendeu à ação popular de 2009, contrária a demarcação indígena, e ordenou nova perícia na região para julgar o caso.