Decisão do juiz Eduardo Camargo embargou a obra do edifício Vitra Residence no Centro de Balneário Camboriú. O despacho, publicado semana passada, tem o objetivo de verificar se o andamento dos trabalhos não está afetando a estrutura do condomínio vizinho, o Dourado do Mar. O pedido de paralisação foi feito pelos moradores, que afirmam que o prédio inclinou 33 centímetros desde o começo da construção.
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A construtora Pasqualotto, responsável pelo empreedimento, defende que não há riscos e que já foram feitos os reparos necessários para contenção.
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Na decisão da Comarca de Balneário Camboriú também é estipulada uma multa diária de R$ 5 mil, caso a construtora não cumpra o embargo. A advogada do condomínio Dourado do Mar, Clair Junkes Mazel, explica que o prédio começou a apresentar rachaduras em março deste ano. O motivo, segundo ela, foi o rebaixamento do lençol freático feito pela construtora Pasqualotto no terreno ao lado, o que comprometeu a sustentação do condomínio.
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– Pedimos um laudo que comprova que os danos vieram da escavação. Tem rachaduras que cabem um braço dentro, principalmente nos primeiros andares – comenta.
Clair alega que a construtora chegou a fazer um acordo com o condomínio, que fica na Rua 3.450, para recuperar as rachaduras e problemas internos. No entanto, ela afirma que a inclinação do prédio ocorreu depois disso e que a construtora não reconhece esse dano. Por isso, os moradores entraram com a ação judicial pedindo o embargo, eles querem que a construtora faça o reforço no terreno e levante as fundações do edifício antes de dar continuidade a obra.
– Os problemas se agravaram em julho, principalmente na garagem e hall. Estamos sem piscina porque tivemos que esvaziar para não danificar mais a estrutura. Teve gente que saiu dos apartamentos com medo, a inclinação é perceptível. Se não for feito nada futuramente pode desabar – garante o sindico do condomínio Dourado do Mar, Edson Knippenberg.
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Construtora diz que inclinação já existia
O advogado da Pasqualotto, Romulo Diehl Volaco, argumenta que a construtora fez reuniões com o condomínio assim que os problemas foram identificados. A empresa também aceitou fazer um bloco de contenção para estabilizar o Dourado do Mar, além dos reparos necessários nas rachaduras e problemas internos.
– Essa verticalidade já existia, se tivesse ocorrido nesse período curto, os problemas seriam mais sérios. Essa inclinação teria acontecido ao longo dos anos porque a fundação do prédio não era adequada e a obra pode ter contribuído. Vamos requer uma perícia para declarar que o edifício está estável, terminar os reparos e prosseguir com a obra – disse.