A Justiça egípcia anunciou hoje (12) ter prolongado por mais 15 dias a prisão preventiva do presidente deposto, Mohamed Mursi, destituído do poder e detido pelo Exército no dia 3 de julho. Ele é acusado de cumplicidade em operações sangrentas no início de 2011.
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Mursi, ainda detido em local secreto pelo Exército, foi formalmente acusado de envolvimento nessas operações cuja autoria é imputada ao movimento radical palestino Hamas e que visaram às forças de segurança durante a revolta contra o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, em 2011.
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As acusações incidem sobre a ajuda que o Hamas teria dado a Mursi para fugir de uma prisão durante o regime de Mubarak. Um tribunal egípcio decidiu, no dia 23 de junho, que o Hamas, que detém o poder na Faixa de Gaza, e o movimento xiita libanês Hezbollah estavam envolvidos nessa operação de fuga da prisão de Wadi Natroun, no noroeste da capital.
Mursi disse que ele e os outros 33 membros da Irmandade Muçulmana detidos não tinham fugido, mas que “habitantes [lhes tinham] aberto as portas da prisão”.
Segundo fontes de segurança, milhares de prisioneiros escaparam de Wadi Natroun para cidades e aldeias vizinhas.
Muitos dirigentes da Irmandade Muçulmana estão também em prisão preventiva ou são procurados pela Justiça egípcia. Vários responsáveis da irmandade, entre os quais o líder supremo, Mohamed Badie, serão julgados a partir de 25 de agosto por ‘incitação ao homicídio’ de manifestantes anti-Mursi.
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