Ao receber denúncia nesta quarta-feira (15) sobre o assassinato de uma família em Alfredo Wagner, na Grande Florianópolis, a Justiça determinou prazo de 15 dias para que a polícia cumpra uma série de diligências complementares, a pedido do Ministério Público. Entre elas estão perícias em um celular e em objetos apreendidos, além de reprodução simulada dos fatos.
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De acordo com a investigação, Loraci Mathes, 50 anos, e o filho, Mateo Tuneu, 8, foram os primeiros a serem atacados. Os dois foram mortos dentro da residência onde a família morava, no interior de Alfredo Wagner.
Já Carlos Alberto Tuneu, 67, foi assassinado a caminho de casa, aproximadamente um quilômetro distante da propriedade. Conforme a investigação, ele foi o último a morrer.
Segundo denúncia remetida ao judiciário, o comerciante Arno Cabral Filho, 44 anos, preso em flagrante pela suposta autoria do delito, é acusado por triplo homicídio qualificado: por motivo fútil — já que as mortes teriam sido motivadas por uma dívida que o denunciado tinha com a família —, meio cruel — pela forma como a família foi assassinada —, e por dificultar ou impossibilitar a defesa das vítimas.
O processo tramita na comarca de Bom Retiro.
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O que diz a defesa
Em nota, os advogados Diego Rossi Moretti e Jonas de Oliveira, que defendem Arno Cabral Filho, questionam o ritmo de conclusão da investigação e se dizem surpreendidos pela "velocidade que fora concluído um inquérito de tamanha envergadura". Eles ainda reforçam que estão analisando a denúncia e o inquérito.
Confira a íntegra da nota assinada por Moretti e Oliveira:
"A defesa até então não tinha acesso ao inquérito, entretanto ficamos surpreendidos com a velocidade que fora concluído um inquérito de tamanha envergadura, estamos analisando a denúncia e o inquérito. Buscaremos a verdade real dos fatos para que seja aplicada a mais clara justiça ao nosso cliente."
Contraponto
Em resposta ao questionamento sobre a velocidade do inquérito policial, o agente de Polícia Civil, Vanderlei Kanopf, afirmou que o Ministério Público tem apenas 10 dias para oferecer a denúncia, já que o suspeito está preso, e por isso o inquérito precisa ser concluído neste prazo, com o máximo de subsídio.
— Se passar desses 10 dias, a probabilidade de ele ser solto é maior. A polícia entende que o crime está solucionado, que há provas para que ele [o suspeito] fique preso, que ele é um sujeito perigoso e merece que a justiça seja feita. Não tem nenhuma mágica, não tem nenhum passo largo a mais e não tem nenhuma má vontade ou boa vontade. Aliás, aqui na delegacia de Alfredo Wagner, no Ministério Público de Bom Retiro e na Justiça de Bom Retiro, a gente tem agido com celeridade em tudo nesses casos de repercussão — afirmou.
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