Os dois homens que estavam presos temporariamente pela morte do turista argentino Raúl Alberto Baldo, 48 anos, em Florianópolis, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles são moradores do Bairro Monte Verde, na Ilha de Santa Catarina. Mas a polícia ainda não apontou quem atirou no estrangeiro.

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A Polícia Civil divulgou que os presos são Gabriel Lins de Souza Neto, 26 anos, e Rodrigo de Andrade Genuíno, 19. A dupla foi apontada por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital como responsável pelo latrocínio (roubo seguido de morte) do turista. A morte ocorreu na praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha, na noite de 4 de janeiro deste ano, pouco depois de Baldo chegar ao local com a mulher e dois filhos.

Os investigadores afirmam que Gabriel é o líder da gangue da moto, do Monte Verde. Ele estava preso temporariamente desde o dia 8 de fevereiro deste ano. A polícia afirma que Rodrigo também foi reconhecido pelo assalto a uma casa de uma perita do Instituto Geral de Perícias (IGP), em fevereiro, também em Canasvieiras.

Os policiais afirmam ainda que a dupla é responsável por delitos como tráfico de drogas, roubos, furtos em residências, furtos em veículos e de veículos. Os dois presos não foram apresentados à imprensa. O DC não teve acesso a eles e nem aos seus advogados. Gabriel trabalharia como chapeiro no Norte da Ilha. Os dois teriam antecedentes criminais.

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A Homicídios não divulgou qual seria o assaltante que efetuou os dois disparos contra o turista. A polícia continua investigando a participação de um adolescente de 17 anos no crime. O garoto faz parte da mesma gangue, tem antecedentes criminais por latrocínio e atualmente está sumido. A mãe conversou com o DC e disse que o filho é inocente.

Confira a entrevista da mãe do adolescente de 17 anos

“Meu filho não é matador”

A mãe do adolescente de 17 anos investigado pela morte do turista argentino Raúl Baldo nega que o filho esteja envolvido no assassinato. A mulher de 45 anos disse por telefone que o filho também é inocente de outros crimes apontados pela polícia.

Diário Catarinense – A polícia afirma que o seu filho está envolvido em mortes e assaltos.

Mãe – Ele não é matador. Sou evangélica. Tenho acompanhado todos os processos de assaltos que se envolveu. É mentira que ele ficou pouco tempo no São Lucas. Ficou oito meses e outra vez por seis meses.

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DC – Ele está envolvido na morte do turista argentino?

Mãe – Não. Recém tinha chegado de Brasília. Tinha ido visitar minha família lá. Essa do argentino é alguém para complicar ele porque sabe que está na rua.

DC – O seu filho estava com a senhora na noite do crime?

Mãe – Tava no morro, não tava longe naquela noite.

DC – E a morte do policial civil Eliseu de Souza, em São José (em 2010)?

Mãe – Ele tava junto, mas não foi quem atirou. No depoimento disse que na hora do tiroteio tinham acabado de fazer a troca e ele tinha ido para o volante (o policial foi baleado no banco traseiro).

DC – E o assalto ao supermercado e à família do Itacorubi?

Mãe – O do supermercado, sim. O do Itacorubi sei que não foi ele. Quando eles fazem eles assumem. A polícia afirma mas não tem prova nenhuma. Ele é azarado com esse tipo de coisa. Porque todo assalto que faz é pego.

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DC – E por que a polícia o apontaria em todos esses crimes?

Mãe – Muita gente estaria aborrecida porque ele foi solto. Se tivesse matado o policial concordaria e teria que pagar pelo que fez. Não tô passando a mão na cabeça. Só não vou aceitar se não foi ele. A polícia chega aqui apontando arma. Acho que não é dessa forma.

DC – Ele consome drogas?

Mãe – Maconha. Escuto por aí que cheira cocaína, mas não acredito nisso.

DC – Tentou interná-lo alguma vez?

Mãe – Tô tentando interná-lo numa clínica da Assembleia de Deus, mas não foi possível por causa dos processos. Para interná-lo lá ele tem que estar livre de tudo.

DC – Ele está sumido há uma semana. Por que a senhora não o entrega à polícia?

Mãe – Não está sumido. Está na casa de uma das três namoradas que tem. Não sabia que tem prisão contra ele.

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