A Justiça da ilha de Jersey, um paraíso fiscal europeu pertencente à Grã-Bretanha, determinou que duas empresas que seriam da família Maluf devolvam US$ 22 milhões à prefeitura de São Paulo.

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De acordo com a prefeitura paulistana, os US$ 22 milhões teriam sido desviados por Paulo Maluf, hoje deputado federal pelo PP, no seu último mandato como prefeito da cidade, de 1993 a 1996.

A decisão da Justiça de Jersey ainda não é final, e um recurso pode ser apresentado em até um mês. O principal juiz do processo, Howard Page, tem repreendido as defesas das empresas ligadas à família Maluf devido às medidas que estas têm tomado para protelar o caso.

Segundo a prefeitura de São Paulo e o Ministério Público-SP, os recursos depositados em Jersey, em contas das empresas Kildare Finance e Durant International, teriam sido desviados dos cofres públicos paulistanos durante a construção da Avenida Água Espraiada (atual Jornalista Roberto Marinho), uma das mais vultosas obras da última gestão Maluf.

A assessoria de Paulo Maluf afirmou que o político nunca teve contas no Exterior e que sua gestão foi aprovada pelo Tribunal de Contas. Documentos do processo mostram que advogados das empresas informaram que parte do dinheiro movimentado teve origem em um negócio intermediado por Maluf, a venda da Enterpa Ambiental ao Grupo Macri. Durante a gestão Maluf na prefeitura de São Paulo, a Enterpa atuava na coleta de lixo na cidade.

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Também segundo documentos do processo, Flávio Maluf, filho do deputado, integra a diretoria da Durant International e de sua controladora, a Sun Diamond.