A Suprema Corte Eleitoral da Turquia propôs o dia 1º de novembro como possível data para as eleições legislativas antecipadas, depois do fracasso das negociações para a formação de uma coalizão de governo após as eleições de 7 de junho, informou a agência oficial Anatolia.

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A proposta, que será apresentada aos partidos políticos antes de uma decisão final, foi anunciada três dias antes do prazo final para a formação de um novo governo.

A data definitiva será anunciada após a consulta aos partidos.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu informou ao primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan sobre o fracasso das negociações para a formação de um governo de coalizão.

Nas eleições de 7 de junho, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa sozinho o país desde 2002, perdeu a maioria absoluta e se viu obrigado a buscar um aliado para governar, o que não conseguiu após negociações.

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Segundo a Constituição, Erdogan deveria solicitar ao presidente do principal partido de oposição, Kemal Kiliçcaroglu, que tentasse formar um governo, mas o presidente deu a entender na quarta-feira que não pretende fazer isto.

O anúncio de eleições antecipadas acontece em um momento de violência na Turquia, onde atentados e confrontos são registrados com frequência.

A onda de violência começou com um atentado, atribuído ao grupo Estado Islâmico, em Suruç, sul da Turquia, que provocou a morte de 33 pessoas.

Depois do atentado, a Turquia iniciou uma “guerra contra o terrorismo”, que tem como alvos o grupo Estado Islâmico e, sobretudo, os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

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A ofensiva turca acabou com o cessar-fogo que estava em vigor desde 2013 e provocou ataques do PKK contra o exército e as forças de segurança turcas.

Nesta quinta-feira, a polícia antiterrorista de Istambul executou uma ampla operação em vários bairros da cidade contra integrantes da extrema-esquerda, um dia depois do tiroteio diante do gabinete do primeiro-ministro, informou a imprensa.

Vários suspeitos foram detidos nos distritos de Sariyer e Baltalimani, na margem europeia da cidade, segundo a agência de notícias Dogan.

A operação teve como alvo o DHKP-C (Partido/Frente Revolucionária de Libertação do Povo), um grupo radical clandestino que reivindicou o ataque contra o palácio otomano de Dolmabahçe, sede do governo do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.

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O ataque não deixou vítimas.

* AFP