A Suprema Corte de Justiça da Guatemala (CSJ) autorizou nesta terça-feira um pedido de investigação contra o presidente Otto Pérez, apresentado pela Procuradoria e envolvendo às acusações de corrupção contra ele, informou o tribunal.

Continua depois da publicidade

O porta-voz da CSJ, Ángel Pineda, disse que os magistrados acolheram o pedido e o enviaram ao Congresso, que deve decidir se suspende a imunidade de Pérez.

O presidente foi apontado na sexta-feira como o chefe de uma rede de fraude alfandegária denominada “La Línea” e no mesmo dia, a Procuradoria apresentou o pedido de investigação com o objetivo de destituí-lo de imunidade e processá-lo.

O expediente foi encaminhado ao Congresso, que deverá formar uma comissão de investigação para avaliar as provas e recomendar ao plenário a viabilidade de suspender a imunidade do presidente.

Para suspender a imunidade é necessário o apoio de 105 dos 158 deputados do Parlamento.

Continua depois da publicidade

Em 13 de agosto, o mesmo Congresso deu uma trégua ao presidente, ao evitar suspender sua imunidade em outro pedido apresentado por um deputado da oposição, no mesmo caso de fraude alfandegária.

Também nesta terça, um juiz guatemalteco abriu processo penal contra a ex-vice-presidente Roxana Baldetti, acusada de comandar o esquema, ao lado de Pérez.

“Depois de fazer as análises dos meios de investigação, considera-se prudente determinar o auto de processo contra Ingrid Roxana Baldetti Elías”, disse na audiência o titular do Juizado B de Maior Risco, Miguel Angel Gálvez.

Ele explicou que os possíveis crimes em que a ex-vice incorreu foram associação criminosa, corrupção passiva e fraude alfandegária, pelas quais determinou prisão preventiva, sem direito à fiança.

Continua depois da publicidade

O juiz acatou as provas apresentadas pela Procuradoria, como escutas telefônicas, documentos internos da rede criminosa e cópia de vários cheques que recebeu como suposto pagamento de propina.

A crise política na Guatemala começou em abril passado, quando se revelou a existência de uma organização que cobrava propina a empresários para facilitar a sonegação de impostos alfandegários.

Apesar dos apelos populares pedindo sua renúncia, o chefe de Estado descartou deixar o cargo em mensagem transmitida ao país na noite de domingo.

* AFP