O ex-prefeito de Araquari, João Pedro Woitexem, a ex-primeira dama, Maria Neuza Ribeiro Woitexem, além do ex-gestor do Fundo Municipal de Assistência Social, Cristiano Bertelli, foram condenados pela Justiça pelo crime de improbidade administrativa. A decisão foi em primeira instância e ainda cabe recursos.

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A Justiça também aplicou sanções de suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco a oito anos, proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de cinco a dez anos e multa, além do dever de ressarcir integralmente o dano causado ao erário.

O Ministério Público abriu ação civil pública em 2013 porque os três réus teriam organizado viagens de lazer para Piratuba (SC) para grupos de idosos, com as despesas de alimentação, hospedagem e diversão pagas pelo município. Servidores públicos e particulares, incluindo Maria Neuza Woitexem e Cristiano Bertelli, também teriam sido beneficiados.

O juiz Luiz Carlos Cittadin da Silva destacou na sentença que o ex-prefeito "permitiu que particulares e servidores municipais utilizassem bens/valores integrantes do acervo patrimonial do Município sem observância das formalidades legais".

De acordo com a decisão, a ex-primeira dama foi a responsável por organizar as viagens e também se valeu do uso de bens e recursos públicos ao participar das viagens. Já o ex-secretário de assistência social autorizou o pagamento das despesas pelo Fundo Municipal sem previsão legal, de acordo com a sentença.

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O que diz a defesa

O ex-prefeito e advogado João Pedro Woitexen afirmou que os três réus vão protocolar o recurso contra a decisão na tarde desta quinta-feira. Ele afirmou que não esperava por essa sentença.

— Nós não esperávamos porque não fizemos nada de errado, apenas privilegiamos o direito do idoso. A primeira sentença foi contrária e vamos recorrer. Tenho confiança de que o Tribunal de Justiça vai acatar o nosso recurso — afirmou.

Segundo o ex-prefeito, o município comprou um ônibus rodoviário e organizou viagens para Piratuba e outros destinos porque existiam grupos da melhor idade na cidade, com pessoas simples e pobres que tinham o sonho de viajar e conhecer outros lugares.

— Não me arrependo pelo benefício que teve aos idosos. Quando o Ministério Público entrou com a primeira ação, os idosos até se reuniram em frente ao fórum em protesto — salientou.

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João Pedro Woitexem afirmou que, além desse processo em que houve a sentença condenatória, outras nove ações ainda estão em andamento com o mesmo teor em relação às viagens realizadas com os idosos de Araquari.