O Tribunal do Júri, em Florianópolis, condenou Grazielly Dutra e Rafael da Silva Ribeiro Stringhini a 20 e 18 anos de prisão, respectivamente, por homicídio qualificado contra Camilo Cabral Barboza, de 28 anos, morto em fevereiro de 2016 depois de ser torturado, espancado e jogado de uma altura de 15 metros no Morro da Mariquinha, no centro da Capital. A dupla, que também morava na comunidade, ainda teve mantido a prisão enquanto as defesas avaliam a possibilidade de recorrer das penas, cujas qualificadoras foram tortura e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O julgamento ocorreu na quarta-feira, no Fórum da Capital, e a sentença saiu após às 22h daquele dia.
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A reportagem tentou localizar a defensora pública Fernanda Mambrini Rudolfo, que defende Grazielly, mas não a localizou. O advogado Cláudio Gastão da Rosa, que fez a defesa de Rafael, também não foi localizado pela reportagem.
Camilo Cabral Barboza, 28 anos, morreu na noite de 18 de fevereiro de 2016, no Hospital Celso Ramos, no Centro da Capital, após ter sido torturado no Morro da Mariquinha três dias antes. Barboza era estudante de Direito na Faculdade Cesusc e havia trabalhado como segurança na campanha para prefeito de 2012 da hoje deputada federal Angela Albino (PCdoB). Ele morava na comunidade havia cerca de um ano. Grazielly e Rodrigo, que segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) atuava como uma das lideranças do tráfico na Mariquinha, teriam atuado também como mandantes do crime, já que as principais agressões contra a vítima aconteceram por parte de menores de idade que atuavam para o tráfico local.
Segundo relato de amigos e parentes da vítima, o crime aconteceu após uma discussão de vizinhos, no domingo, por causa de uma mesa. Depois do episódio, a vizinha teria acusado Barboza de abusar sexualmente de sua filha. A queixa foi levada a traficantes de drogas da comunidade, que foram atrás do segurança na segunda-feira. Cinco homens armados o encontraram escondido em um casa próxima. A vítima, então, foi levada para a Escadaria da Bica, na parte alta da comunidade, e amarrada a um poste, sendo espancada e torturada em seguida.
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Segundo o boletim de ocorrência sobre o caso, o segurança ainda foi jogado de uma altura de 15 metros, sofrendo diversas lesões, entre elas algumas fraturas expostas. Após ser chamada várias vezes, a Polícia Militar foi ao local e resgatou Camilo, que foi encaminhado para o Hospital Celso Ramos, onde morreu três dias depois em razão dos ferimentos.