Marcos Alexandre de Lima, 34 anos, foi condenado a 117 anos de prisão pela Justiça de Santa Catarina, por crimes que incluem pedofilia e estupro. Morador de Brusque, ele foi acusado de chantagear adolescentes através da internet e exigir favores sexuais. A condenação, proferida em Itajaí, é provavelmente a mais alta já determinada no Estado para esse tipo de crime.
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A acusação foi conduzida pelo promotor Jorge Orofino da Luz Fontes, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Itajaí,onde ocorreu o julgamento.
Lima estava preso desde abril de 2014, quando a Polícia Civil chegou até ele através da denúncia de um familiar de uma das vítimas.
De acordo com o delegado Osnei Valdir de Oliveira, que conduziu o inquérito, ele criava perfis falsos em redes sociais, se passando por uma adolescente, e desta forma se aproximava das meninas. Quando ganhava confiança, as convencia a exibirem-se na webcam e salvava as imagens no computador. De posse de fotos e vídeos comprometedores, Lima passava a extorquir as garotas, afirmando ser policial ou hacker, e exigia um determinado número de encontros.
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As investigações, antes e depois da prisão, identificaram quatro garotas que sofreram abuso. As vítimas eram de Brusque e Camboriú, e pelo menos um dos estupros ocorreu em Itajaí. As meninas tinham entre 12 e 16 anos.
Imagens gravadas
O HD usado por Lima para arquivar fotos e vídeos, apreendido no momento de sua prisão, revelou que os abusos foram todos filmados e identificou outras quatro garotas, que integrarão um segundo inquérito contra o condenado. A identificação das garotas só foi possível porque as imagens dos vídeos mostravam, em alguns momentos, o perfil mantido pelas meninas com quem ele conversava através das redes sociais.
Além das imagens das adolescentes que chantageou, Lima também possuía vídeos e fotos de garotas de todo o país, que foram convencidas por ele a se mostrarem em frente à câmera do computador. A polícia divulgou que haveria vítimas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e no oeste de Santa Catarina.
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De acordo com o promotor Orofino, o condenado passou por exame de sanidade mental e foi considerado são, porém com desvio de conduta sexual _ o que significa que ele entendia que seus atos eram criminosos.
O rol de crimes da condenação inclui estupro de vulnerável, posse sexual mediante fraude, armazenagem de fotos e vídeos de adolescentes.
De acordo com a legislação brasileira, os 117 anos de condenação renderão a Lima pelo menos 30 anos de prisão em regime fechado. A defesa dele pode recorrer da sentença. O advogado Luís Antonio Campos, que o representou no processo, não foi localizado para comentar o caso.
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