A pedido do Ministério Público catarinense, a Justiça aumentou a pena do pai que matou a filha em Rodeio, no Vale do Itajaí. Com isso, o tempo de reclusão passa de 43 para 67 anos em regime inicialmente fechado. O crime aconteceu em abril de 2021 e, além de assassinar a filha, o homem feriu também a esposa, o cunhado e os sogros.
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A promotora Cristina Nakos, da Comarca de Ascurra, sustentou que o juiz, ao acolher a deliberação do Conselho de Sentença, julgou procedente em parte a denúncia na condenação no dia 27 de agosto deste ano. Não foi considerada, segundo a promotora, a conduta social do condenado, sua culpabilidade e as circunstâncias e consequências dos crimes.
O MP requereu, portanto, a aplicação de mais um quarto de pena no que diz respeito a conduta social do réu e metade pelas circunstâncias dos crimes. Pelo homicídio que o réu praticou contra a filha, requereu aplicar mais um quarto pela culpabilidade e um terço pelas consequências do assassinato.
A sentença condena, então, Claudinei Tizon por tentativa de homicídio na qualificadora de traição, emboscada ou recurso que dificultou a defesa do cunhado e da sogra; tentativa de homicídio por recurso que dificultou a defesa da esposa, e no contexto de violência doméstica; homicídio com as qualificadoras de motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da filha, também no contexto de violência doméstica; lesão corporal contra as vítimas; e crime hediondo.
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Os demais dispositivos da sentença foram mantidos.
O júri popular ocorreu pouco mais de um ano depois do crime que chocou a pacata cidade. No Júri, em agosto deste ano, Tizon havia sido sentenciado a pena de 43 anos, três meses e seis dias de reclusão e três meses e 18 dias de detenção.
Relembre o caso
Depois de 23 anos de casamento com um histórico de violência e ameaças, o réu manteve a esposa em cárcere privado dias antes dos crimes, dizendo que a mataria caso fosse denunciado à polícia. No dia 11 de abril, a mulher conseguiu fugir para a casa dos pais e registrou boletim de ocorrência, com pedido de medidas protetivas.
Menos de cinco horas depois, antes que as medidas protetivas fossem deferidas, o condenado chegou na casa dos em sogros em Rodeio. Entrou por um pomar que existia aos fundos, apontando uma carabina artesanal calibre 22 em direção à cabeça da esposa. O disparo não atingiu a mulher porque o sogro tentou pegar a arma, sendo atingido pelo réu na cabeça com a coronha.
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Na sequência, a sogra empurrou Tizon, sendo por ele esfaqueada três vezes nas costas, até que o cunhado veio prestar socorro. Não satisfeito, o réu passou a esfaquear o cunhado, até chegar na sua esposa. Enquanto esfaqueava a esposa, a filha Géssica Diaz Tizon implorou ao pai que não matasse sua mãe.
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O homem, então, segurou a jovem de frente para a mãe e golpeou o peito da filha com a faca que ela lhe havia dado de presente. Um dos golpes atingiu o coração da menina, que morreu no local.
Na ocasião, o réu foi desarmado pelo cunhado e fugiu do local.
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