As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram em julho pelo décimo mês consecutivo e atingiram os maiores patamares desde 2009, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
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No caso das pessoas físicas, novamente houve aumento nos juros em todas as seis linhas pesquisadas (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras). O juro médio subiu 0,12 ponto porcentual em julho ante junho, para 7,06% ao mês (126,74% ao ano), o maior nível desde agosto de 2009.
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No caso do cartão de crédito, a taxa subiu 0,49 ponto percentual, para 13,03% ao mês (334,84% ao ano) em julho, o maior nível desde março de 1999. Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em todos os 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 ponto percentual, para 5,25% ao mês (84,78% ao ano). A taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,33% ao mês (86,48% ao ano). Nos financiamentos de veículos, o prazo médio se manteve em 36 meses, o menor nível para meses de julho desde 2007.
Entre as pessoas jurídicas, houve alta nas três linhas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida). O juro médio avançou 0,03 ponto percentual no mês passado ante o anterior, para 4,06% ao mês (61,22% ao ano), o patamar mais alto desde junho de 2009.
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No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,04 ponto percentual, para 6,94% ao mês (123,71% ao ano), o maior nível desde janeiro de 2000.
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Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como o cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência, o avanço da Selic e a maior carga tributária.
– A tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses – diz a entidade.
A Anefac lembra que, considerando todas as altas da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve uma elevação de 7,00 ponto percentual (ou alta de 96,55%) na taxa básica de juros, para o nível atual de 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 38,77 ponto percentual (+44,07%). Já na pessoa jurídica houve uma elevação de 17,64 ponto percentual (+40,48%).
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*Estadão Conteúdo