O mercado de juros futuros, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), deve reduzir o ritmo de negócios nesta sexta-feira. A atitude é resultado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de elevar em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, para 11,75% ao ano.

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O volume negociado ontem bateu recorde na BM&F (foram US$ 195,07 bilhões negociados, sendo US$ 174,2 bilhões referentes a contratos de taxas pós-fixadas, DIs, marca histórica nos dois casos), tamanho o ímpeto da correção realizada nos contratos. Hoje, depois da forte queda das taxas longas no pregão de ontem – em reação à percepção de que o Copom deve concentrar o aperto monetário no curto prazo, o que trará alívio no futuro -, investidores podem realizar lucro, devolvendo parte das posições vendidas assumidas nos DIs mais longos.

Operadores comentam que gera desconforto a notícia veiculada hoje no jornal Folha de S. Paulo de que o governo estaria estudando a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado dos investimentos estrangeiros aplicados em renda fixa, com o objetivo de compensar o efeito da alta da taxa Selic sobre o dólar.

A moeda americana vem derretendo há dias, reagindo ao aumento do diferencial entre os juros domésticos e o americano que dá espaço para as operações de arbitragem (que buscam ganhar com a diferença entre as taxas). Ontem, após a surpresa de alta de 0,5 ponto percentual da Selic, esse movimento ganhou ainda mais força. A eventual ampliação da alíquota de IOF sobre capital externo tornaria menos atrativas as operações de arbitragem. Mas, como reduziria a demanda por títulos públicos, a medida dificultaria a rolagem da dívida mobiliária.

Após abertura do pregão da BM&F, às 10h13min (de Brasília), o DI com vencimento em janeiro de 2009 projetava taxa de 12,67% ao ano, de 12,64% ao ano ontem. Já o DI de janeiro de 2010 passava de 13,34% ao ano ontem para 13,45% ao ano hoje.

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