A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito continuam subindo e atingiram 423,5% ao ano, segundo dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (27).
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Este é o crédito que incide quando o consumidor paga menos que o valor total da fatura do cartão de crédito. É um empréstimo, que começa a valer imediatamente, sobre o montante que não foi pago.
A modalidade é uma das mais altas do mercado. Na prática, segundo o economista Edivan Junior Pommerening, os juros elevados impactam no orçamento do indivíduo ou das famílias.
— Juros são despesas, então, quanto mais juros são pagos, menos o indivíduo ou a família tem recursos para o atendimento de suas necessidades de consumo. E caso ele não tenha recursos suficientes para pagar os juros e satisfazer suas demais necessidades, mais elevado se torna seu endividamento — explica.
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Como evitar o endividamento no cartão de crédito
O economista dá dicas de como evitar criar dívidas no cartão de crédito. A primeira é planejar mais e melhor as compras, evitando aquelas feitas por impulso. Além disso, é possível buscar opções de cartões que cobram menos juros.
— Há cada vez mais alternativas de cartões de crédito no mercado e, em função da concorrência entre as instituições, algumas cobram menos juros que as outras. É preciso pesquisar — pontua.
Quando perceber que não conseguirá pagar a fatura do cartão, o consumidor ou a família podem se antecipar e buscar um crédito junto a uma instituição financeira. Empréstimos pessoais e consignados geralmente cobram juros mais baratos do que os juros do cartão de crédito.
Taxa de juros do crédito livre caiu
Na contramão do rotativo, a taxa média de juros das concessões de crédito livre, para famílias, teve redução de 0,4 pontos percentuais em abril e de 6,6 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 53% ao ano.
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Já o cheque especial subiu 1,8 pontos percentuais em abril e caiu 3,6 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 129,9% ao ano.
Endividamento das famílias
Segundo o Banco Central, os atrasos acima de 90 dias têm se mantido estáveis, chegando a 3,2% em abril. Nas operações para pessoas físicas, ela está em 3,6%, e para pessoas jurídicas em 2,6%.
O endividamento das famílias, ou seja, a relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses, ficou em 48% em março, aumento de 0,2 ponto percentual no mês e queda de 0,6% em 12 meses. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que consome uma parte considerável da renda, o endividamento ficou em 30,1% no quarto mês do ano.
No Brasil, 26,5% da renda do consumidor fica comprometido para pagamentos das dívidas, segundo os dados de março. Isso é 0,8 ponto percentual de aumento no mês, e redução de 1,1% em 12 meses.
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Esses dois últimos indicadores são apresentados com uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
*Com informações da Agência Brasil.
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