O juro médio cobrado em operações feitas por pessoas físicas caiu 2,74% em janeiro ante dezembro, segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Com a redução de 0,18 ponto percentual, a taxa média passou de 6,58% para 6,4% ao mês, o menor patamar desde 1995, quando a pesquisa começou a ser feita.
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Das seis linhas de crédito consideradas para o cálculo, apenas o juro médio mensal dos cartões de crédito manteve-se estável em 10,69%. Todas as demais linhas apresentaram queda.
O maior recuo foi registrado no crédito direto ao consumidor (CDC), que teve uma redução em janeiro de 0,17 ponto percentual e ficou em 2,01% ao mês. Em seguida aparece o juro do comércio, com queda de 0,31 p.p. – passou de 5,36% ao mês para 5,05%.
Empréstimos em bancos e em financeiras tiveram as médias reduzidas em 0,22 p.p. e 0,37p.p., ficando em 3,99% e 8,29% ao mês, respectivamente. O juro médio cobrado no cheque especial caiu 0,24% e ficou em 8,34% ao mês.
O mesmo movimento de queda foi encontrado na taxa média cobrada das empresas, que baixou de 3,87% ao mês em dezembro para 3,79% em janeiro. Esta é a menor média desde outubro de 2010, quando a taxa mensal ficou em 3,76%.
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Todas as três linhas de crédito para pessoas jurídicas analisadas exibiram queda. No capital de giro houve uma redução de 3,17%, registrando uma taxa de 2,44% ao mês, a menor desde 1999, segundo a Anefac. Descontos de duplicata tiveram o juro médio reduzido em 0,16 ponto percentual, ficando em 2,8% ao mês.
Segundo a Anefac, considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde dezembro de 2010 houve, até janeiro deste ano, uma queda da Selic de 0,25 ponto percentual (2,33%). A taxa básica de juros está hoje em 10,5%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 9,45 p.p. (7,88%), caindo de 119,97% ao ano, para 110,52%. Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve no período uma redução de 0,18 p.p. (-0,32%), baixando de 56,45% ao ano, para 56,27%.
Para os economistas da instituição, a queda das taxas foi impulsionada principalmente pela redução da Selic, o recuo do IOF nas operações de crédito e a redução das vendas no começo do ano por conta da grande concentração de dívida dos consumidores com o pagamento de despesas extras neste período, o que levou lojas e instituições financeiras a reduzirem, com mais intensidade os juros neste período, a fim de evitar reduções maiores em seus negócios.