Um forte embate entre acusação e defesa em torno do estado de embriaguez ou não do réu marcou os debates do júri do jogador de futebol Eduardo Francisco Neto, o Dudu, ex-atacante do Figueirense, em Florianópolis. O julgamento acontece desde a manhã desta quarta-feira no Fórum do Centro e a previsão é que a sentença do juiz Marcelo Volpato seja proferida até o fim da tarde.

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O júri teve o depoimento de uma testemunha, um primo do atleta, que também estava no carro com Dudu quando três amigos morreram num acidente de trânsito, em 19 de junho de 2011, na Via Expressa Sul – o jogador dirigia o veículo que perdeu o controle e bateu em um posto de sinalização e depois explodiu. No interrogatório, Dudu negou que estivesse embriagado e disse que bebeu apenas uma cerveja em uma boate. Ele afirmou ainda que dirigia a no máximo 90 km por hora. Na época, Dudu não fez o teste de bafômetro.

O promotor Andrey Cunha Amorim pediu a condenação por homicídio com dolo eventual, pois entende que o réu assumiu o risco de produzir as mortes e que há um laudo em que foi constatado hálito alcoólico.

– A sociedade clama por justiça. Tenho a esperança que um dia nos conscientizemos que não podemos beber e dirigir. Ele se negou a fazer o teste de bafômetro e estava bêbado – disse o promotor aos jurados.

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O advogado de defesa, Saulo de Lima, utiliza a tese de que houve homicídio culposo e nega que o cliente estivesse embriagado.

– O laudo não diz embriaguez. Ele não queria a morte de ninguém. Tem que haver a vontade de que isso aconteça. O Eduardo não previu esse acidente, a culpa é inconsciente – declarou o defensor, na tréplica.