Com a média de uma câmera de monitoramento para cada 100 habitantes, Jurerê Internacional, em Florianópolis, tem o status de bairro mais vigiado de Santa Catarina. O novo sistema privado de fiscalização adotado pela associação de moradores do local tem contribuído para a rápida identificação de suspeitos, ao trabalho de investigação da polícia e à queda dos índices de criminalidade.

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Desde que o sistema privado foi implantado, há um ano e meio, o gerente de segurança de Jurerê Internacional, Edson Guimarães, não tem dúvidas quanto à eficácia das 54 câmeras já instaladas e do trabalho da ronda patrimonial feito 24 horas por dia em duas motos e um carro. Parte dos equipamentos consegue fazer a identificação de placas, detectando veículos furtados ou roubados, além de leitura facial, apontando infratores, com base em um banco de dados. Todas as imagens são repassadas à polícia para a investigação e busca aos suspeitos.

– Hoje temos 85% de cobertura do bairro com as câmeras, mas chegaremos a 100%. Ou seja, não haverá uma rua que não estará sendo vigiada. Além disso, se mesmo assim os assaltantes conseguirem escapar delas, ainda temos a fiscalização com os veículos percebendo cada movimentação diferente, anotando as placas e modelos dos veículos conduzidos por suspeitos – diz.

Implantação foi paga pelos moradores

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A implantação do sistema custou R$ 1,8 milhão e foi paga exclusivamente por sócios do programa de segurança do bairro. O custo mensal para ter a casa monitorada é de aproximadamente R$ 190. Mas para chegar lá, a associação precisou sensibilizar os moradores.

Na comparação com localidades de número semelhante de habitantes em Florianópolis, segundo dados do último censo do IBGE, Jurerê Internacional registrou nove roubos em 2012 contra 29 no Campeche, no Sul da Ilha (que tem 1.581 moradores por câmera) e contra 55 roubos na Lagoa da Conceição (que tem 751 moradores por câmera). O Centro da Capital conta com hoje 80 câmeras.

Embora não ultrapasse Jurerê Internacional, o Bairro Cidade Universitária Pedra Branca, em Palhoça, é outro exemplo de investimento pesado em segurança privada. No local, 33 câmeras fazem o monitoramento eletrônico das ruas.

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Colaboração com o trabalho da polícia

Imagine você ser assaltado agora e ter os seus pertences devolvidos pela polícia 15 minutos depois. A agilidade não parece real, mas foi o que ocorreu no último fim de semana em Jurerê Internacional. Segundo policiais que participaram da ocorrência de roubo, o conhecimento das vítimas sobre o bairro e o trabalho integrado da equipe resultou na rápida captura dos suspeitos.

Além da PM, a central de monitoramento privada da localidade também contribui para a identificação de assaltantes que atuam na região.

No caso da ocorrência de sábado à noite, quando cinco adolescentes foram assaltados à mão armada, o mérito, segundo o tenente-coronel Silvio Gomes Ribeiro, é da rápida ação da polícia, mas os dados como imagens e placas de veículos repassados pelo sistema privado de segurança de Jurerê Internacional colaboram com a investigação após o ocorrido.

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– Neste caso, os jovens vieram direto no batalhão e na mesma hora já cercamos os suspeitos que estavam de carro na SC-401, na altura de Santo Antônio de Lisboa. Mas quando se tem imagens das ocorrências, o trabalho de recuperação dos pertences é facilitado – comenta.