Três homens foram presos em flagrante depois de furtar quatro veículos em Jurerê Internacional, no último sábado, dia 28. Um mês atrás, dois deles haviam sido presos por furto e uma semana depois já estavam em liberdade.

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Esta é a segunda prisão, em apenas uma semana, de criminosos que atuavam no balneário mais caro de Florianópolis. A primeira prisão foi no sábado, dia 20. Cinco jovens foram presos por invadir e furtar casas no loteamento de luxo localizado no Norte da Ilha.

As duas prisões foram lavradas pelo delegado Eduardo Mattos, titular da Central de Plantão Policial (CPP) do Norte da Ilha. Segundo Mattos, o trio preso no último dia 28, furtou quatro veículos naquele mesmo dia, em Jurerê, e são suspeitos de agir em toda Grande Florianópolis desde 2008.

Wellingson Schmitz, 24 anos, Edson Caetano Junior, 22 anos, e Ademir Silveira Neto, 22 anos já cumpriram pena e tem diversas passagens policiais, entre elas por furto, roubo, ameaça, dano e tentativa de homicídio.

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Segundo o delegado, Wellingson e Ademir foram autuados em flagrante por furto no dia 12 de setembro pela Central de Polícia de São José. Sete dias depois, ganharam liberdade provisória e já estavam praticando crimes novamente.

Wellingson, Edson e Ademir furtaram os veículos em Jurerê entre 14h e 15h30 de sábado. O modus operandi deles era estacionar, a bordo de um Fiat Pálio cor vinho, ao lado dos carros que seriam furtados.

Nas imagens captadas pelo circuito interno de vigilância de Jurerê, o Palio estaciona ao lado de um carro preto. Enquanto pessoas caminham em direção à praia, é possível ver no canto esquerdo da imagem, quase imperceptível, o trio arrombando o veículo, saindo e deixando o vidro traseiro do carro preto quebrado.

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O vigilante que opera o sistema de segurança viu o crime e acionou a Polícia Militar. A PM começou a perseguição e os ladrões tentaram fugir em direção ao Centro. As imagens mostram os criminosos fugindo em alta velocidade e fazendo manobras perigosas.

Durante a fuga, os três abandonaram pela janela do veículo alguns objetos furtados. Eles foram detidos em um bloqueio montado em frente ao posto da PM, na Daniela, e conduzidos à CPP Norte.

No interior do carro foram apreendidos notebooks, celulares, iPhones, dinheiro (reais, dólares e peso uruguaio), roupas, mochilas, óculos, relógios, bolsas, talões de cheques, cartões de crédito, equipamentos utilizados para efetuar os arrombamentos, entre outros. Quatro vítimas reconheceram objetos seus, furtados, entre o material apreendido. Todos elas são turistas.

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Os três foram autuados em flagrante por furto qualificado (pelo rompimento de obstáculo e concurso de pessoas), e o condutor do veículo, além do furto, por direção perigosa e desobediência. Eles foram transferidos nesta segunda-feira para a Central de Triagem do Estreito.

Segundo Mattos, o fato de Jurerê ter circuito interno de vigilância facilita a percepção de crimes e por consequência a identificação e prisão dos envolvidos. Mattos salientou, contudo, que a equipe investiga crimes em todos os balneários entre Brava e Daniela.

MP considera que os cinco jovens deveriam continuar presos

O Ministério Público acredita que a ordem pública está ameaçada depois que a Justiça libertou os cinco jovens de classe média que haviam sido presos em flagrante, no dia 20, por invadir e furtar residências em Jurerê Internacional. O bando agia quando os moradores estavam em casa.

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_A garantia da ordem pública deve ser restabelecida. Os graves crimes ocorridos apontam a necessidade da prisão cautelar. A sociedade não suporta mais ataques como os que se discute, merecendo assim ser resguardada. O que se apurou pela autoridade policial é extremamente grave e vinha, até a prisão em flagrante, acontecendo de forma reiterada_observou o promotor da 23ª Promotoria de Justiça da Capital com atribuição na área criminal, Alceu Rocha.

O Ministério Público entende que a decretação da prisão preventiva é essencial ao caso. E vai recorrer da decisão da juíza Denise Helena Schild Oliveira, da 3a Vara Criminal da Capital, que concedeu liberdade provisória aos cinco jovens autuados por crimes contra o patrimônio e formação de quadrilha.

O promotor Rocha entra com recurso assim que o inquérito policial for encaminhado ao MP.

Veja no vídeo o furto de um carro durante a tarde de sábado:

Mãe relata pânico de ter a casa assaltada

Entre as quatro vítimas que deram depoimento à polícia e reconheceram objetos seus entre o material furtado pela suposta quadrilha formada pelos cinco jovens de classe média, está uma empresária de 28 anos. A vítima mora com o marido, um empresário de 37 anos e a filha do casal, um bebê de dois meses, em Jurerê Internacional. Entre os objetos furtados de sua casa, estão bebidas importadas que o bando tomava em festas pós-furtos regadas a baforadas de maconha. Confira a entrevista:

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Diário Catarinense_Vocês estavam acordados quando os cinco invadiram sua casa?

Mãe_Sim, eu estava no quarto amamentando nossa filha de dois meses de idade. Meu marido levantou, andou pela casa, mas só percebemos horas depois, quando meu marido saiu para trabalhar. Eles (investigados) entraram entre 1h30min e 2h.

Diário Catarinense_Quando perceberam que a casa havia sido invadida?

Mãe_Eles deixaram rastro para todo lado. Meu notebook não estava mais na sala, algumas coisas tinham sumido da geladeira, como chocolate, e a casa do caseiro (não habitada) estava uma bagunça. Tinha bijuteria espalhada em cima da cama. Eu tinha deixado as caixas lá embaixo porque recém nos mudamos. Eles levaram joias como anéis, brincos e pulseiras, e bebidas, além do notebook.

Diário Catarinense_Como a senhora se sentiu ao saber que estranhos invadiram sua casa?

Mãe_Me sinto muito triste e revoltada porque nós achávamos que Jurerê Internacional era um bairro seguro, com câmeras de vigilância, mas não é. Me senti impotente na hora. Não imaginava que uma coisa dessas aconteceria com a gente. Senti muita aflição. Imagina se alguma coisa acontecesse com a minha filha? Isso me deixa revoltada.

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Diário Catarinense_A senhora acha certo eles terem recebido liberdade provisória?

Mãe_Acho que não. Quando fazemos algo errado temos que pagar, sendo por diversão ou não. Agora pode ser diversão, mas logo pode se tornar algo profissional. Invadiram a casa das pessoas, na maior cara dura, e agora estão soltos. Um absurdo.

Diário Catarinense_Como eles entraram na sua casa? A senhora tomou providências de segurança?

Mãe_Uma janela ficou aberta lá embaixo. Estava fechada, mas não trancada. Instalamos câmeras extras na parte onde entraram. Já existia câmera, mas eles viraram para outro lado. E colocamos um sistema de alarme inteligente. O alarme não estava ligado naquele dia.

Diário Catarinense_Os investigados disseram ao DC que sairiam correndo caso algum morador acordasse e os visse dentro da própria casa. O que a senhora acha que teria feito se isso tivesse acontecido?

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Mãe_Sei que eles faziam uso de substância entorpecente. Nesse estado, poderiam tomar qualquer medida. Se acontecesse alguma coisa, de repente eu poderia ficar paralisada de pavor. Poderia acontecer alguma coisa terrível. Não quero nem imaginar.