Num exercício de imaginação, fico pensando se tudo o que passa por nossos olhos, na TV, na tela do computador, nas páginas dos jornais, já acontecia quando não tínhamos visão de tão longo alcance, conquistada pelo avanço tecnológico. Em seguida, deixo de lado a imaginação e busco referências na história, para entender que, sim, sempre houve crimes de racismo, misoginia, xenofobia, homofobia e mil outras fobias de tudo que é diferente. Diferente da maioria, diferente de quem exerce o poder. Sempre existiram conchavos políticos e corrupção e ódio gratuito. Em resumo, sempre fomos suficientemente humanos para cometer desumanidades.
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Acontece que, agora, antes que o lixo vá para debaixo do tapete, ele fica exposto. Porém, essa nova realidade leva-nos a tomar atitudes ou cometamos negligência. Não é tão simples. Afinal, tomar atitude como tomaram neonazistas em Charlotesville, prefeito em São Paulo e desinformados no Brasil, não é o caminho. Tais atitudes mostram o quanto não aprendemos de amor ao próximo, o quanto não estamos prontos para conviver, a menos que regras e leis nos orientem e limitem. É com base em uma lei que acontece amanhã a pré-conferência do setor de livro, leitura e literatura de Joinville, a partir das 10 horas, no Museu de Sambaqui. Oportunidade para conferir os rumos da cultura, discutir os recuos e projetar perspectivas para o setor.
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Sim, há uma lei que estabelece um plano para a cultura, com metas a serem cumpridas, às quais a gestão atual não tem dado conta, porque assumiu um discurso de austeridade e economia financeira (seja lá o que entendam por isso) ou porque não dá mesmo a mínima. Nem todo mundo consegue enxergar a importância que a cultura e as artes têm para a sociedade, que é ela quem vai possibilitar ao cidadão entender e lutar por seus direitos. Bem, talvez seja aí que resida a questão.
Estão sendo realizadas pré-conferências em todas as áreas culturais. Cabe a nós tomarmos atitude para não cometermos negligência. Entenda por atitude o plantio de boa semente, o arado da terra, a rega diária, a coerência onde não houver harmonia e a tolerância onde não houver amor.
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