A requalificação da rua das Palmeiras possibilitou o achado de importantes peças para o quebra-cabeças da história de Joinville. De carona nas obras, a equipe do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, além de monitorar a abertura de valas no centro da alameda, aproveitou para escavar duas áreas laterais em busca de resquícios da ocupação inicial da região.
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Foram dois meses e meio de trabalho de campo e vários materiais recolhidos. A equipe, formada por arqueólogos, monitores, estagiários, geógrafo e assistentes, investigaram entre sete e oito camadas de solo (cada uma com cerca de dez centímetros) nas imediações da farmácia Minâncora e em frente à casa número 82.
Entre os objetos encontrados estão garrafas de bebidas, pedaços de peças de porcelana, uma colher e copos de vidro. Os achados foram higienizados, catalogados, numerados e o próximo passo será o levantamento histórico para poderem ser expostos ao público. O material deve ficar disponível para visitas no Museu Nacional de Imigração e Colonização, já que tem relação direta com o espaço.
Na área em frente à residência, a intervenção de pesquisa resultou na confirmação de que no local o solo úmido dificultava o trânsito de pessoas. A equipe localizou restos de tábuas de madeira que eram usadas para ajudar na passagens das pessoas pelo trajeto alagadiço.
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Próximo à farmácia, os especialistas encontraram materiais de ocupação e até uma garrafa quase intacta que possui no rótulo as descrições “Schwarz Walter”, bebida que possivelmente era produzida na região.
– As pessoas acompanharam as escavações, paravam para olhar e nos questionavam – afirma a arquiteta Dione Bandeira.
Trabalho similar já foi realizado pelo Museu de Sambaqui no Cemitério do Imigrante, quando foram encontrados 25 sepulturas abaixo do solo; na Estação Ferroviária; e em um sítio no Cubatão. Segundo Dione, essas pesquisas poderão elucidar várias questões sobre a colonização da cidade.
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