Bola perdida não existe. Vontade não falta. Bola que chega perto na área é chutada. Características cabíveis ao Avaí que caminha para fora da zona de rebaixamento. Mas são de Junior Dutra, o atacante que marcou os gols que renderam os últimos quatro pontos da equipe no Campeonato Brasileiro e deram fôlego na luta pela permanência. Importava a ele e ao Leão que as redes balançassem. Assim fez o jogador que se veste de azul e branco. O uniforme vira armadura, pois em campo Dutra é guerreiro.

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– Quero é ver o Avaí longe da zona de rebaixamento, em posição mais tranquila e almejando coisas maiores. É mais importante que o gol dê a vitória ao nosso time, seja ele de canela ou de bicicleta – garante.

Determinação que tem procedência. Dutra está contente no time e retribui da forma que pode. É porque o clube azurra dá a chance de voltar a disputar a elite nacional, algo que desejou nos seis anos fora do país. Em 2009, seus primeiros jogos como profissional foram pelo Santo André, emprestado pelo Santos. Depois, passou por Japão, Bélgica e Catar. De lá nutria o desejo de jogar novamente a Série A. O retorno foi para encarar a Segunda Divisão com a camisa do Vasco, no ano passado. No início de 2017, vestiu azul e branco e encarou o espírito do Leão no torneio.

Desta forma, foram 10 gols anotados na atual temporada. Os últimos três decisivos para que a equipe somasse pontos na luta que trava contra o descenso. O time azurra cresceu de produção no Campeonato Brasileiro, justamente quando Junior Dutra retornou após período no departamento médico. A alcunha de talismã cairia bem, mas o atacante refuta, divide os méritos com os companheiros. Para ele, o futebol é coletivo. O objetivo do clube em deixar a zona do rebaixamento – e pode ocorrer no confronto das 19h deste sábado, contra o Palmeiras – é também dele, o imediato.

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Confira a entrevista a seguir

Junior Dutra dá cara, esforço e gols ao Avaí

Foram gols de insistência e também em contra-ataques. Acha que simbolizam sua maneira de jogar?

Apesar de ser um jogador de ataque e que utiliza a parte técnica, sou de máxima entrega, de correr, de marcar, de me doar ao máximo. Acho que isso também me ajudou na identificação com o torcedor do Avaí. Foi muito bom, sinto carinho dele desde o primeiro jogo e estão conosco neste momento. É prazeroso dar um pique para marcar um cara e sentir a torcida contigo, o que te motiva a continuar lutando com a equipe.

A fase da equipe mudou depois que retornou de lesão. Acha que serias o talismã do Avaí?

Acredito que o momento da equipe é bom. Tenho feito os gols, como também fez o Joel, o Simião. Neste momento, seria muito melhor continuar a fazer os gols, fico feliz. Mas não quero ser o talismã, porque somos um time, começa do Douglas, lá atrás, pegando tudo. Não tem como eleger um talismã.

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E superstição, você tem alguma?

Sou um pouco supersticioso, sim. Eu tenho minha chuteira, verdinha, que não vende mais em lugar nenhum. Já abriu e costurei, fiz de tudo. Não troco. Tenho algumas coisas minhas, particulares, que sempre faço. Um ritual antes de entrar em campo, algo que trago comigo.

Qual o tamanho e a marca dessa chuteira, Dutra?

Não vou nem falar (risos). Não tem número, é do tamanho do meu pé. Feita sob medida e da marca Junior Dutra (gargalhadas).

Você chegou para atuar centralizado, como centroavante, chegou a falar ao técnico Claudinei Oliveira sobre isso, mas hoje está atuando na beirada. Como tem sido?

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É um desafio grande. O Claudinei e o Evando (auxiliar) me perguntaram se eu poderia ajudar e que havia o Joel e sua importância. Eu entendi e, pela minha característica, consigo fazer melhor a beirada do que ele. Procurei abraçar a ideia. Meu objetivo de ajudar a equipe vem em primeiro lugar, na frente do pessoal. Quero ajudar, fazer o Avaí sair da zona de rebaixamento, e conseguindo jogar bem será importante. Minha luta ainda tem desses presentes, como os gols. É continuar, pensando no Avaí primeiro. Deixo ao Claudinei. Se precisar de mim ali, vou continuar.

Como tem sido correr atrás e marcar laterais, algo que o esquema atual do Avaí exige?

É a posição que mais desgasta. Para marcar você corre, para criar jogada cansado é mais difícil, precisa haver a precisão no último passe. Mas com meus 29 anos, me sinto bem, me cuido muito. Uma coisa que não é segredo e não veio do nada. Não é sorte ou presente. Eu me cuido, faço o que precisa ser feito para suportar uma partida. Tem dado certo, as vitórias têm vindo e estou muito feliz.

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