Filha da artista plástica Lena Costa e do publicitário Roberto Costa, Melina nasceu em Florianópolis no início de 1975, é mãe do Theo, atualmente com oito anos de idade, e é administradora especialista em marketing de moda. Já passou por múltiplos setores antes de entrar para a publicidade. Trabalhou com hotelaria, indústrias de metais, shopping center, decoração e arquitetura, design, arte e, finalmente, moda e pesquisa de tendências. Desde setembro sua empresa de publicidade de moda foi incorporada pela agência publicitária de seu pai, dando início à Propague Trends. O que ela faz e um pouco da intimidade de Melina Costa estão na coluna deste domingo.

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O que faz a Propague Trends?

Nossa equipe trabalha com informação de moda de qualidade, campanhas e desfiles, projetos especiais e conteúdo customizado. Monitoramos e pesquisamos tendência de comportamento, buscando compreender o mundo e as pessoas através de todas as formas de expressão possíveis, em vários segmentos. É um desafio diário transformar algo subjetivo em uma ferramenta objetiva para os projetos do cliente.

Onde e como moda e negócios de outras áreas se encontram?

A moda está interligada com várias áreas da nossa vida, como música, gastronomia, cinema, arte, design, arquitetura, decoração, varejo, comunicação. No nosso mercado tudo serve como inspiração e mexe com o inconsciente coletivo das pessoas. É importante destacar também o avanço tecnológico como fator importante de mudança na forma com que nos relacionamos com as outras pessoas, com as marcas e com o mundo. Tudo que remete a aspectos emocionais, a memória afetiva também levamos em consideração.

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Filha de artista plástica, você também milita na arte?

Sim, na minha casa todas crescemos entre pincéis e layouts. Meu quadro favorito em casa é o meu autorretrato, não por motivos egocêntricos, mas por todo o significado do momento em que pintei este quadro. Tive minha fase impressionista, mas agora minha atenção está voltada à arte contemporânea. Gosto de experimentar e não tenho medo de colocar a tinta na tela. Ando admirando mais a arte alheia do que fazendo minhas próprias telas no momento. Sinto saudades. Gosto muito de fotografia também.

Como vê teu atual momento profissional?

Estou tendo a oportunidade de realizar um trabalho inovador no mercado de Santa Catarina com o nosso formato, o nosso DNA. Isto é ao mesmo tempo um desafio e uma felicidade imensa. Eu trabalho com algo que realmente amo e sei que faço a diferença no negócio do cliente. Sou muito detalhista e criteriosa. No momento em que a agência está quase completando 50 anos, estamos preocupados em visualizar o que vem pela frente, inovar, olhar e entender o consumidor hoje e no futuro.

O melhor de viver em Floripa?

Morei por sete anos em Joinville, uma cidade que gostava bastante também. Mas tenho uma ligação com o mar muito forte. Mesmo sem ir a praia, o simples fato de passar pela Avenida Beira-Mar me alegra. Outro ponto importante é a família. Amo morar na mesma cidade que eles todos. Adoro quando a minha irmã Raquel e o Serginho ligam no final de semana. Adoro ir na casa dos meus pais. Isso não tem preço.

E a pior parte?

Acesso a cultura mais limitado. Exposições e mostras importantes de arte e design ainda não chegam aqui, cursos e workshops específicos de algumas áreas também se limitam a Rio, Sampa e Porto Alegre.

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Como interpretou o desabafo de Guga Kuerten sobre a cidade?

Pessoalmente gosto muito da figura do Guga. Acho ele muito “do bem”, alguém que está fazendo algo pelo social. Acho que ele acabou sendo um porta-voz de muita gente, e temos problemas que já deveriam ter sido sanados ou pelo menos muito amenizados. Hoje temos problemas de mobilidade, segurança, educação, saúde sim, mas para mim o que corrói o sistema é a corrupção em todos os níveis.

O que acha da moda feita em Santa Catarina?

Temos gigantes nacionais, grupos que são gestores de marcas, indústrias têxteis importantes e também uma economia crescente de pequenas e médias empresas, marcas de camisetas de fundo de garagem super inovadoras, pessoas fazendo acessórios em casa e vendendo pela internet. Vejo cada vez mais pequenos negócios de bons produtos sendo iniciados. Quem é bom prevalece. Aqueles que inovam, seja no modo de fazer, seja no modo de vender, seja no modo de comunicar, acabam se conectando com seu consumidor.

Como concilia ser mãe, mulher bonita e vaidosa com a profissional solicitada?

Sempre acabamos dando um jeito. A verdade é que por mais que goste da ideia, não sou a Mulher-Maravilha. Às vezes tenho que trabalhar mais e peço ajuda para pegar o Theo na escola, e se preciso levá-lo ao médico, por exemplo, tenho pessoas competentes no meu trabalho em que posso confiar. Aprendi que temos que ter uma “rede de confiança” e, conforme crescemos, nossa rede só aumenta.