A Procuradoria argentina vai apresentar na quinta-feira (21) suas alegações finais e o pedido de pena pelo acobertamento do atentado contra o centro argentino-judeu AMIA em 1994, em um caso que levou o ex-presidente Carlos Menem, entre outros, ao banco dos réus.
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O julgamento começou em agosto de 2015 para esclarecer as manobras de desvio da investigação e as pistas falsas pelo ataque explosivo que derrubou o edifício que abrigava as instituições judaicas da Argentina, com saldo de 85 mortos e 300 feridos.
“Os integrantes da Unidade Fiscal de Investigação concluirão a leitura de suas alegações e farão o pedido de penas para os 13 imputados do julgamento”, disse à AFP Adriana Reisfeld, da organização Memória Ativa, que reúne os familiares das vítimas e personalidades que pedem justiça.
Além de Menem (1989-99), são julgados o ex-juiz encarregado do caso AMIA, Juan José Galeano; o ex-chefe dos serviços de Inteligência Hugo Anzorreguy; o ex-líder político da coletividade judaico-argentina Rubén Beraja; os procuradores Eamon Mullen e José Barbaccia; e o vendedor de automóveis usados Carlos Telleldín, entre outros.
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“Nossos olhares voltados para esse julgamento são a garantia de um processo transparente e imparcial que, esperamos, possa mps trazer a justiça pela qual lutamos há anos”, disse a dirigente, que perdeu sua irmã Noemí no atentado.
Fontes da investigação destacaram que um empresário sírio, amigo de Menem, e já falecido, Alberto Kanoore Edul, pode ter colaborado no atentado.
Outro caso por acobertamento e “traição à pátria” corre nos tribunais, e tem entre os acusados a ex-presidente Cristina Kirchner e seu ex-chanceler Héctor Timerman.
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Um juiz assegura que Kirchner fez aprovar no Parlamento um memorando com o Irã para desviar o foco nos acusados. A Argentina acusou formalmente ex-governantes iranianos, entre eles o ex-presidente Ali Rafsanjani.
Ninguém foi julgado pelo ataque, que não teve reivindicação.
Em 1992, outro atentado destruiu a embaixada de Israel, com um balanço de 29 mortos e 200 feridos.
* AFP