Durou quase 16 horas o julgamento de quatro homens acusados pelo assassinato de Agostinho Petry, 57 anos, e Eliana Maria Stickel Francisco, 46 anos. O crime ocorreu em julho do ano passado em Timbó, no Vale do Itajaí, e chocou pela brutalidade das execuções. O grupo sentou no bancou dos réus na manhã desta quinta-feira (24) e a sentença saiu na madrugada desta sexta (25).

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Conforme as investigações, o ex-marido de Eliana e o filho do casal decidiram matá-la por causa de uma briga judicial por herança. O pai recebeu pena de 43 anos e seis meses de prisão. O filho teve condenação de 36 anos. Ambos estão presos desde agosto em Joinville, cidade onde moravam na época dos assassinatos. Eles podem recorrer das penas, mas em regime fechado.

O processo aponta que os dois contrataram uma dupla para cometer os crimes. Os jovens, então com 19 e 21 anos, teriam ido de Joinville a Timbó na madrugada de 15 de julho de 2022 e invadido a residência de Agostinho, onde Eliana também estava. O homem foi encontrado amarrado com um corte profundo no pescoço e ela com ferimentos na cabeça e costas. Cada um estava em um quarto. 

Um dos executores recebeu pena de 36 anos e o outro, de 32 anos de cadeia em regime inicialmente fechado. Eles também estão presos e não poderão recorrer em liberdade.

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O pano de fundo do crime

Os corpos foram encontrados no dia 19 de julho, mas as investigações indicaram que os assassinatos ocorreram cinco dias antes. O filho de Agostinho foi quem estranhou o sumiço do pai, que não estava respondendo às mensagens, e decidiu ir até a propriedade no bairro Araponguinhas para verificar. O homem encontrou a casa revirada e o casal já em estado de decomposição.

A caminhonete de Agostinho não estava na garagem, mas foi logo foi achada em Indaial.

Na época, o delegado André Beckmann explicou que Eliana se separou do ex-companheiro em outubro de 2021 e precisou entrar na Justiça por causa da divisão dos bens, como propriedades em Indaial, Presidente Nereu e Joinville. Inconformados com o fim da relação e sem concordar com a partilha, o homem e o filho decidiram orquestrar os crimes.

Para a polícia, os dois contrataram a dupla de executores em Joinville. O pagamento pelo serviço seria o dinheiro do seguro de um carro que o ex-marido da vítima registrou como furtado, mas segundo as investigações não passava de um golpe. A seguradora foi alertada e não fez o pagamento. As primeiras prisões ocorreram um mês depois dos crimes, quando a polícia desvendou a autoria e motivação.

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