O julgamento do mensalão pelo STF será retomado nesta quinta-feira, às 14h, com a continuação do voto do ministro revisor, Ricardo Lewandowski. Na quarta-feira, ele votou pela condenação do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, do publicitário Marcos Valério e de seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Ele absolveu ainda o ex-ministro da Comunicação Social, Luiz Gushiken.

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Nesta quinta-feira, Lewandowski tratará da situação do ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

O relator do mensalão, Joaquim Barbosa, já votou pela condenação do petista por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato e, até agora, Lewandowski tem seguido no mérito as decisões do colega.

Ainda é incerto o rumo do julgamento depois do voto do revisor, mas é possível que a ministra Rosa Maria Weber comece a votar em seguida.

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Enquanto o STF se dedica quase que exclusivamente ao mensalão, os processos a espera de julgamento se avolumam na Corte – o que já preocupa os ministros. Na quarta-feira, eles chegaram a discutir alternativas contra a paralisia. A questão foi trazida em sessão administrativa, pelo ministro Marco Aurélio Mello, que está preocupado com o acúmulo de processos “em progressão geométrica” desde que começou a análise do mensalão.

Uma das propostas, apresentada pelo presidente do STF, Carlos Ayres Britto, é limitar a forma de apresentação dos votos dos ministros. Ele propôs que, ao invés de lerem o voto por completo, os ministros comecem a resumir suas ideias.

– A proposta que eu fiz de oralizar é muito atual e contemporânea. O relator, claro, vai ler, mas se puder oralizar, se der para distribuir seu voto antes, melhor – disse.

Ayres Britto também propôs limitar as intervenções dos ministros nos julgamentos em até duas vezes, conforme determina o Regimento Interno do STF.

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– O ministro só fala na terceira vez se for para modificar seu voto – explicou.

Perguntado se as mudanças propostas já poderiam ser usadas no julgamento do mensalão, o presidente do STF disse não querer arriscar nenhum palpite:

– Não se diz quando valeria, a partir de quando, mas não foi pensado para a Ação Penal 470 (a do mensalão) disse.