O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado nesta quarta-feira com o voto do revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski.
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Nos bastidores, é esperado que ele adote um tom mais ameno, se comparado ao do relator, Joaquim Barbosa, que condenou a maioria dos réus até agora.
Segundo a decisão de “fatiamento” da decisão, Lewandowski deverá apresentar seu entendimento do capítulo da acusação que trata do uso de dinheiro público. Entre outros réus, estão envolvidos o publicitário Marcos Valério, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
Para além do voto de Lewandowski, outro assunto preocupa o Supremo: a situação do ministro Cezar Peluso, que se aposenta em setembro. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, afirmou na terça-feira que “fica a critério” dele decidir se vai pedir para antecipar o seu voto.
Pela ordem de votação, Peluso é o sétimo a apresentar sua posição. Como o ministro precisa se aposentar de forma compulsória ao completar 70 anos, ele deve participar de, no máximo, mais cinco sessões.
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Participação de Peluso vira foco de tensão no Supremo
Com a votação “fatiada”, ficou inviável a participação dele na análise dos crimes imputados aos principais políticos, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Barbosa afirmou que se preocupa com a possibilidade de um empate no julgamento com a saída de Peluso.
– Minha única preocupação com essa questão é a possibilidade de dar empate, porque tivemos no passado muito recente empates que geraram impasses – afirmou.
Barbosa disse que, enquanto Peluso estiver na Corte, ele tem legitimidade para antecipar seu voto – uma das alternativas discutidas.
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– O ministro Peluso participou de tudo nesse processo desde o início. Ele presidiu inúmeras sessões em que foram decididas questões cruciais. Ele está muito habilitado – avaliou.