O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado nesta quarta-feira, a partir das 14h, em mais uma etapa para as defesas de cinco réus.
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O primeiro advogado a apresentar considerações é Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça. Bastos representa José Roberto Salgado, ex-dirigente do Banco Rural, que responde pelos crimes de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
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O ex-ministro disse que na sua apresentação vai apontar vários questionamentos técnicos sobre a atuação do Ministério Público Federal (MPF). Bastos rebate alguns pontos apresentados pelo MPF. Referência para advogados, desde o começo do julgamento, no dia 2, ele tem sido presença constante no Supremo e geralmente está cercado por jornalistas e jovens advogados.
Bastos levanta dúvidas sobre o fato de a Procuradoria-Geral da República insistir em usar provas colhidas nas comissões parlamentares mistas de inquérito durante o processo na Suprema Corte, mesmo que elas tenham sido desmentidas no curso da ação penal. Há precedentes no STF que impedem esse tipo de conduta.
O ex-ministro é apontado como um dos autores da tese de que o dinheiro do mensalão na verdade é caixa 2. Esse argumento tem sido usado por vários advogados. Foi Bastos que apresentou a questão de ordem no primeiro dia do julgamento para que o processo fosse desmembrado. O pedido atrasou em um dia o cronograma previsto. Mesmo com a negativa do plenário, Bastos recebeu vários elogios dos ministros.
Ao longo do dia, o julgamento prosseguirá com a defesa dos réus que pertenceriam ao chamado núcleo financeiro – acusado de viabilizar empréstimos fraudulentos para distribuir dinheiro aos políticos. Vinícius Samarane, diretor do Banco Rural, responde por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisão, e será defendido por José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça.
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Também está entre os réus a executiva do Banco Rural Ayanna Tenório, cuja defesa será feita na tarde desta quarta por Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, e que responde por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A última etapa do quinto dia de julgamento será dedicada à defesa de políticos.
Luiz Gushiken, ex-ministro de Comunicação Social, será defendido por José Roberto Leal de Carvalho, que reforçará o argumento de que seu cliente é inocente da acusação de peculato. A absolvição dele já foi pedida pelo Ministério Público por falta de provas. Já João Paulo Cunha (PT-S), defendido pelo criminalista Alberto Toron, responde por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato.