No primeiro dos três dias de audiências do julgamento da nutricionista Bruna Bayer Frasson, nesta segunda-feira, na 10ª Seção da Audiência Provincial de Barcelona, a gaúcha é a única a se declarar inocente entre oito acusados de tráfico de um total de 44 quilos de cocaína. Outros sete réus se disseram culpados durante a instrução do processo. Segundo o criminalista Raúl Verdejo, advogado de Bruna, ela é a única a ter chances reais de ser inocentada.
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– O resultado do julgamento é incerto, mas as possibilidades de ela ser declarada culpada ou inocente são de 50%. Todos os outros serão, seguramente, condenados – afirma Verdejo.
Se não obtiver a absolvição de Bruna, a defesa recorrerá da sentença e solicitará benefícios penitenciários. Também caberia a possibilidade de um indulto, que depende do Ministério da Justiça e teria um caráter político. Se for declarada inocente, a gaúcha poderá dar início a um processo administrativo de indenização contra o Estado Espanhol por ter sido mantida presa sem motivos.
– Já havia provas de sua inocência durante a instrução, como a declaração do ex-namorado de que havia colocado a cocaína em sua mochila sem que ela soubesse – sustenta o advogado.
Alexandre Ribeiro Frasson, pai de Bruna, mostra-se confiante em relação à libertação, mas cético com respeito à justiça espanhola:
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– Depois de 18 meses de intransigência, a condenação da Bruna é certa, do meu ponto de vista. Eles precisam justificar esses quase dois anos de prisão. Mas acredito que buscarão, também, uma maneira de rebaixar a pena e a deixarão sair da prisão.
Na história recente da Espanha, existe pelo menos um precedente favorável à nutricionista. É o caso das modelos argentinas María Belén Téllez e Jésica Almada, mantidas em prisão preventiva em Wad Ras de outubro de 2006 a abril de 2008 sob a acusação de transportar 16 quilos de cocaína em uma mala.
O empresário de María e Jésica declarou, durante a instrução, que a droga havia sido colocada por ele na bagagem sem que as duas soubessem e manteve a versão no julgamento. A sentença confirmou a inocência das jovens, que foram postas em liberdade condicional horas depois do julgamento e em definitivo um mês depois.
Leia a entrevista com Bruna: