Uma juíza militar venezuelana que solicitou asilo na Colômbia pediu perdão a um deputado opositor, nesta terça-feira, por ter ordenado sua prisão em 2017, e revelou ter feito isso para cumprir ordens de seus superiores.

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“Peço perdão a Gilber Caro. Era uma ordem que tinha que cumprir e, naquele momento, havia o risco de (…) cair em desobediência”, declarou a major da Força Armada, Luz Santafé, em entrevista por telefone com a emissora de televisão EVTV de Miami.

Santafé assegurou que recebeu ordens de prender opositores sem provas suficientes, em meio aos protestos contra o governo de Nicolás Maduro.

“Armavam expedientes (…) onde deviam acordar em muitas oportunidades uma privação de liberdade, mas quando chegávamos à causa preliminar não havia elementos suficientes para chegar a uma acusação”.

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Acrescentou que cumpria as ordens para evitar colocar em risco a “liberdade e segurança” de sua família.

O parlamentar confirmou nesta quarta-feira que a magistrada ligou para pedir desculpas a ele e aos venezuelanos.

“Durante o julgamento de 18 meses, eu disse à juíza que Deus e a vida me dariam um momento justo para perdoá-la”, expressou.

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Caro foi libertado em 2 de junho, junto com outros 39 opositores, por ordem da governista Assembleia Constituinte que rege o país.

A libertação de 123 opositores foi prometida por Maduro após sua reeleição questionada em 20 de maio.

O deputado foi preso em janeiro de 2017, acusado de traição à pátria e roubo de armas da Força Armada. Ele não chegou a ser condenado.

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Segundo a ONG de direitos humanos Foro Penal, existem 233 “presos políticos” na Venezuela, incluindo 70 militares.

* AFP