A juíza Ana Paula da Silveira se defendeu ontem das denúncias feitas pela promotoria da Infância de Gaspar, no Médio Vale, e exibidas domingo, no Fantástico. Na reportagem, ela foi apontada por acelerar processos de adoção.

Continua depois da publicidade

Em nota de esclarecimento, a magistrada afirmou que, durante a sua passagem por Gaspar, que findou em dezembro de 2012, “não houve nenhuma ação que não tenha sido proposta pelo Ministério Público (MP), assim como nenhuma criança ou adolescente foi encaminhado para adoção sem que houvesse ciência e participação do MP”.

A reportagem exibiu famílias que perderam a guarda dos filhos por apresentarem transtornos psicológicos e problemas com álcool e drogas. Ana Paula reforçou que as famílias que se sentiram injustiçadas, mostradas no programa, apresentaram defesa, mas não recorreram após a decisão da Justiça.

A Associação dos Magistrados Catarinenses também registrou em nota, “inconformidade com essa grave injustiça praticada contra a juíza Ana Paula”. O texto refere-se a ela como, “alguma de nossas maiores referências nos temas afetos à infância e juventude, cujo engajamento foi reconhecido pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)”.

Continua depois da publicidade

Mãe quer reaver a guarda dos cinco filhos perdida em 2009

Sandra Norato Rosa, 38 anos, perdeu a guarda de cinco filhos, em 2009, em Gaspar.

– Eu morava no Bairro da Marinha, lá onde eles levam as crianças embora – conta, referindo-se à região de ocupação em Gaspar, visada pelo Conselho Tutelar por ter pontos de tráfico.

Depois da enchente de 2008, ela foi levada com a família a um abrigo. O marido morreu assassinado e Sandra foi chamada ao Fórum. Depois, o Conselho Tutelar levou seus filhos para o abrigo, de onde ela não conseguiu recuperá-los:

– Estou há três anos sem notícias. Bebi uns tempos, mas parei. Rezo todas as noites para ter os meus filhos de volta.

Continua depois da publicidade