A juíza Cintia Werlang, da 1ª Vara Criminal de Palhoça, na Grande Florianópolis, criticou nesta quarta-feira (18) a atitude dos homens suspeitos de agredir e matar Deivid Duarte da Silva em um posto de combustíveis da cidade, na terça-feira (17). Na decisão em que determinou a prisão preventiva do trio, ela afirmou que cabe aos órgãos oficiais solucionar crimes, e não à população.

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A postura da juíza foi em referência à informação de que os três suspeitos bateram em Deivid porque ele estaria envolvido no roubo do carro de um deles, que é motorista de aplicativo. À polícia, eles disseram que bateram no rapaz motivados pela raiva do crime, que tinha acontecido um dia antes, no bairro Aririú, também em Palhoça.

"Não retiro a revolta daquele que todos os dias sai de casa para trabalhar e tem o seu objeto de trabalho injustamente subtraído. Porém, a este cabe se valer dos órgãos oficiais para a solução do crime. Não pode vestir-se de juiz e pensar que está autorizado, ao largo da lei, a realizar a justiça com as próprias mãos e aplicar ao caso a pena que julga a mais adequada, esta medida pelo tamanho da sua revolta ou sede de vingança", escreveu Werlang na decisão.

Para a magistrada, a prisão preventiva dos suspeitos não foi limitada apenas a preservar o andamento das investigações, mas também para desestimular novos atos de vingança privada. Ela considera que a medida pode garantir a ordem pública. O trio deve responder por homicídio qualificado.

O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), divulgado nesta quarta-feira, apontou que Deivid morreu em decorrência do traumatismo craniano, provocado pelas agressões que recebeu. Conforme as investigações, o trio bateu no rapaz com socos, chutes, golpes de capacete e com uma corrente.

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As investigações até o momento mostram que outras pessoas tentaram impedir a ação, mas foram ameaçadas pelos agressores. A Polícia Civil também busca identificar mais gente que possa ter participado ou incentivado o ato contra Deivid. Há a possibilidade de que elas sejam presas, dependendo do grau de envolvimento.

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