A permanência de suspeitos presos em flagrante na Central de Polícia de Joinville está vetada pelo juiz da Vara de Execução Penal, João Marcos Buch. Numa portaria assinada sexta, ele proíbe a manutenção de detentos na delegacia além do prazo necessário para os procedimentos policiais de praxe.
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Até sexta à tarde, cinco presos já dividiam o mesmo espaço na Central de Polícia – a unidade recebe provisoriamente todos os suspeitos detidos em flagrante antes do encaminhamento ao Presídio Regional.
Como aderiram à paralisação da categoria em todo o Estado por reivindicações salariais, os agentes penitenciários de Joinville se recusam a receber novos internos no presídio.
Sem condição de abrigar presos por mais do que algumas horas, o coordenador da Central de Polícia, delegado Isaías Cordeiro, alerta que a situação pode ficar caótica.
– Não existe estrutura para mantê-los. Estão sem banho, sem as mínimas condições de higiene – critica.
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A comida dada aos suspeitos tem sido levada por familiares. Caso nenhuma medida seja tomada, estima o delegado, a lotação de presos após o fim de semana pode chegar a dez pessoas.
Além de não haver colchões, chuveiro e cozinha para quem fica na delegacia, a permanência na unidade é uma ameaça à segurança. Os policiais civis podem três problemas para manter homens e mulheres separados, por exemplo, ou ter de monitorar presos rivais no mesmo ambiente.
De acordo com a assessoria da Secretaria da Justiça e Cidadania, responsável pelo Departamento de Administração Prisional (Deap), o documento assinado pelo juiz de Joinville ainda não foi recebido formalmente. A assessoria jurídica da secretaria deve se pronunciar na segunda-feira.