O juiz Renato Mastella, do Tribunal do Júri de Florianópolis, recebeu nesta sexta-feira (7) a denúncia contra Tânia Zapelline Ribeiro, acusada de matar o marido, Sílvio Gomes Ribeiro, de 54 anos. O crime aconteceu no dia 22 de maio, em Florianópolis. A vítima era coronel da reserva da Polícia Militar de Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Com a decisão do juiz, a mulher passa à condição de ré no processo. Em casos envolvendo homicídios, o processo passa por duas etapas no Tribunal do Júri. Na primeira, caberá ao juiz determinar se Tânia irá ou não a júri popular. Com base nas provas, e em depoimentos de testemunhas e da própria acusada ele poderá decidir se há elementos suficientes para que ela seja levada aos jurados. Se não houver, o processo pode ser extinto e caberá ao Ministério Público recorrer ou não.

Caso Mastella decida que Tânia deve enfrentar o júri, a decisão sobre a culpa ou inocência dela ficará a cargo do conselho de sentença, que também deverá ouvir todas as testemunhas e a ré.

Não há data definida para que o caso seja julgado. No entanto, como Tânia permanece presa, em caráter preventivo, a tendência é de que o caso tenha prioridade frente a outros em que os réus respondem em liberdade.

A acusação

O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) acusou Tânia de ter cometido o crime de homicídio duplamente qualificado. A promotoria diz que ela utilizou um meio cruel para matar a vítima, além de ter lhe dificultado a defesa.

Continua depois da publicidade

Segundo a investigação, Tânia matou o marido usando um halter de academia. A polícia diz que ela desferiu vários golpes na cabeça do coronel aposentado, até que ele caísse no chão, desacordado. Em seguida, ela pegou uma faca e lhe cortou os pulsos e o pescoço. O laudo do Instituto Médico-Legal apontou que foi o golpe no pescoço que acabou vitimando Silvio.

No despacho em que decidiu receber a denúncia, Mastella lembrou que a mulher confessou o crime. Por essa razão, ele considera que há indícios suficientes para que ela responda ao processo.

Atualmente, Tânia está presa em Florianópolis. O advogado que a representa, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou em nota que "a hipótese levantada pelo MP-SC não irá se sustentar durante a instrução criminal, a ausência de motivo desnatura por completo o roteiro eleito pelo promotor de justiça".