O juiz peruano Richard Concepción Carhuancho, que na semana passada enviou Keiko Fujimori à prisão preventiva por acusações de receber contribuições ilegais da empreiteira Odebrecht, reiniciou nesta segunda-feira (5) a audiência contra os assessores da líder opositora.
Continua depois da publicidade
O juiz ouviu por cinco horas os argumentos do procurador e da defesa jurídica de Augusto Bedoya Cámere, fundador do partido fujimorista Força Popular, antes de suspender a audiência até terça-feira às 09h00 locais (12h00 de Brasília).
Na audiência foi analisada a situação judicial de Bedoya Cámere que junto com outro dirigente, Jaime Yoshiyama, são acusados de receber um milhão de dólares da Odebrecht para a campanha eleitoral de Keiko Fujimori em 2011, segundo o procurador José Domingo Pérez.
Pérez solicitou 36 meses de prisão preventiva para Bedoya, por considerar que depois de receber dinheiro da Odebrecht, o dirigente teria recorrido aos seus familiares, amigos e sócios para ocultar a procedência do dinheiro ilícito.
Mas Bedoya negou ter recebido dinheiro da empreiteira. “José Barata (ex-diretor da Odebrecht em Lima) mente, nunca recebi dinheiro, não existem provas”, assinalou.
Continua depois da publicidade
Durante a audiência, o procurador anunciou que há uma nova testemunha protegida no caso contra Keiko Fujimori e outros 10 investigados que confirmaria a captação de pessoas para ocultar a procedência do dinheiro.
A audiência foi retomada nesta segunda depois que, na quarta-feira, após a sentença a Keiko, o juiz ordenou uma pausa longa a fim de que o procurador e a defesa dos investigados pudessem trabalhar os casos.
Segundo o procurador, dentro do partido de Keiko Fujimori “havia uma organização de fato”, que manejou as contribuições ilegais de campanha, e da qual Bedoya faz parte.
Bedoya foi secretário nacional de Economia do partido fujimorista Força 2011 (antecessor do Força Popular) até 27 de abril de 2014.
Continua depois da publicidade
No total, a juíza Concepción Carhuancho avaliará se aceita o pedido do procurador para de 36 meses de prisão preventiva a 11 dirigentes e membros fujimoristas.
Ao ordenar na quarta-feira a prisão preventiva por 36 meses para Keiko, de 43 anos, o juiz assinalou em sua decisão que era “a única medida necessária em seu caso”, citando atos de interferência da líder opositora nos poderes do Estado, como o Congresso, e tentativas de obstruir a Justiça.
O magistrado indicou que havia uma “suspeita grave” de que Keiko dirigia uma “organização criminosa de fato dentro do partido” fujimorista.
Na quinta-feira, a líder opositora peruana foi transferida a uma prisão de Lima.
Além de Keiko Fujimori, até agora o juiz avaliou a situação jurídica das figuras fujimoristas Ana Herz, Vicente Silva Checa, Pier Figari e Jaime Yoshiyama.
Continua depois da publicidade
* AFP