O anúncio de que os agentes envolvidos na operação do dia 18 serão afastados foi visto com bons olhos pelo juiz corregedor João Marcos Buch, que deu início à apuração dos abusos no Presídio Regional de Joinville.

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Mas Buch cobra providências além da esfera administrativa.

– É uma resposta adequada à sociedade, mas não pode parar por aí. A resposta criminal precisa ocorrer e, especialmente, a reavaliação da conduta das equipes do Deap que fazem as operações pente-fino ao redor do Estado -, destaca.

Na avaliação do juiz, é preciso que os agentes penitenciários passem por reciclagens para evitar episódios como aquele registrado pelas câmeras de segurança. O monitoramento total das operações, que poderia incluir até câmeras adaptadas ao corpo dos agentes, é uma possibilidade defendida pelo juiz corregedor.

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– Não é um mundo preto no branco. É nebuloso. Eventualmente, as imagens poderiam até garantir a defesa de um agente acusado por algo que não fez”- justifica.

A palavra “tortura”, na opinião de João Marcos Buch, pode ser empregada para apontar o que aconteceu no pavilhão 4.

– Houve o cativo cruel. Estavam cativando aquelas pessoas. O tipo legal prevê essa questão. Na minha concepção, usou-se de meio cruel -, indica.

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Apesar de ter trazido os acontecimentos à tona, Buch observa que não ficará responsável pelos desdobramentos do caso em processo criminal.

Como é titular da 3ª Vara Criminal, ligada à execução penal, a atuação de Buch se limita a assuntos administrativos do sistema prisional. O papel de julgar ficará sob responsabilidade de outro juiz criminal em Joinville.